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Empresas de suco em SP suspeitas de formar cartel

O processo para a investigação destas empresas foi aberto em 1999 sob a suspeita de estabelecimento de acordos para dividir o mercado fornecedor da fruta e fixação de condições comerciais de compra de laranjas.

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria de Direito Econômico (SDE) e a Polícia Federal fizeram ontem uma operação de busca e apreensão de documentos, computadores e outros tipos de registros comerciais em cinco grandes empresas de processamento de suco de laranja de São Paulo. Elas estão sendo investigadas por formação de cartel - associação entre empresas do mesmo ramo de produção com objetivo de dominar o mercado e disciplinar a concorrência. As partes entram em acordo sobre o preço, que é uniformizado geralmente em nível alto. O processo para a investigação destas empresas foi aberto em 1999 sob a suspeita de estabelecimento de acordos para dividir o mercado fornecedor da fruta e fixação de condições comerciais de compra de laranjas. Foram alvo da ação as empresas Sucocítrico Cutrale, Citrovita, Montecitrus, Coinbra e a sede da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecítrus), nos municípios de São Paulo, Ribeirão Preto, Catanduva, Monte Azul, Araraquara e Bebedouro. Juntas elas respondem por cerca de 80% do mercado nacional de processamento de suco. As exportações da indústria de suco de laranja rendem ao Brasil R$ 1,5 bilhão por ano. O presidente da Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus), Ademerval Garcia, criticou a ação da SDE e da Polícia Federal. "A ação foi legal, pois havia mandado, as pessoas foram simpáticas, mas foi tudo desnecessário. Há uma onda paranóica contra o setor citrícola", afirmou Garcia. Ele disse que, na sede da Abecitrus, foram apreendidas atas de reunião entre as atuais e antigas associadas e documentos com dados estatísticos, além de feito backup de discos rígidos de computadores. O executivo criticou, ainda, sem citar nomes o fato de o processo da SDE ser de 1999 e só agora acontecer a ação. Lembrou que ela ocorre justamente no momento em que o governo prepara um novo contrato padrão para a venda de frutas entre produtor e indústria e ainda logo após a saída das processadoras da Câmara Setorial da Citricultura. "Como deixam o processo parado por seis anos e só agora toma medidas como essa?", indagou. Por fim, o presidente da Abecitrus disse que os clientes brasileiros no exterior foram informados da ação de ontem. A Agência Estado entrou em contato com os outros investigados, mas eles não retornaram ou não foram localizados.

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