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Empresas estão menos otimistas para investimentos

O levantamento mostrou que 55% das empresas pesquisadas projetam investir mais este ano do que ano passado. Ano passado a proporção era de 65%

Por Agencia Estado
Atualização:

Em abril deste ano, as empresas estão menos otimistas em suas projeções para investimento ante igual período no ano passado. É o que mostra a Sondagem Conjuntural da Indústria da Transformação, da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O levantamento anunciado nesta quinta-feira mostrou que 55% das empresas pesquisadas projetam investir mais este ano do que em 2005. Porém, no mesmo período do ano passado este porcentual era maior: 65%. Segundo o coordenador da pesquisa, Aloísio Campelo, essa redução reflete uma redução do "ímpeto de investimento". O resultado para ele, contudo, ainda é positivo, já que mais da metade das empresas indústrias permanecem com projeto de investir mais este ano. Campelo explicou que um dos motivos da redução de um ano para o outro nas previsões é o fato de que as indústrias ainda estava, muito otimistas, no início de 2005, com a evolução da economia. Além disso, a pesquisa mostra que, em abril deste ano, 16% das empresas pesquisadas planejam investir menos este ano do que no ano passado. Esse porcentual era inferior em igual mês no ano passado, de 8%. Na avaliação da FGV, "embora a disposição para aumentar investimentos esteja, em abril de 2006, menos disseminada na indústria do que no mesmo mês do ano passado, ela ainda atinge parcela superior a 50% das empresas e a proporção supera as apuradas nos anos de 2003 e 2004". Capacidade produtiva A pesquisa mostrou ainda que a expansão da capacidade produtiva é o principal motivo alegado pelo setor industrial no País para a realização de investimentos este ano, com 49% dos entrevistados. "Historicamente, somente em anos com boas perspectivas de crescimento, esta opção de resposta tem sido a mais citada pelas empresas" informou a FGV, em comunicado. Em segundo lugar está o aumento da eficiência produtiva, lembrado por 34% das empresas pesquisadas, seguido por substituição de máquinas e equipamentos, com 11%. Já cerca de 6% das empresas pesquisadas afirmaram que estavam sem programa de investimentos. Carga tributária A carga tributária elevada continua sendo o principal obstáculo para realização de investimentos, com 34% das empresas entrevistadas compartilhando dessa opinião. Apesar da alta representatividade, segundo a FGV, a proporção é a menor desde 2004, quando esta opção foi incluída no questionário. Em seguida está o tópico incertezas acerca da demanda, lembrado por 29%, seguido por custo de financiamento, com 16%; por taxa de retorno inadequada, com 16%; limitação de recursos da empresa, com 12%; e limitação de crédito, com 3%. Capacidade instalada Campelo também explicou que a taxa de uso da capacidade instalada recuou de 84,4% para 83,5% de abril do ano passado para abril deste ano, basicamente, por conta de uma desaceleração na indústria. Além disso, também foi apontado como responsável o fato de que no segundo semestre do ano, com a perspectiva de algum afrouxamento da política monetária, investimentos que foram freados principalmente ao longo do primeiro semestre foram destravados mais para o fim do ano, gerando alguma sobra de capacidade adicional no primeiro trimestre desse ano. A pesquisa Quesitos Especiais,feita com base na 159º Sondagem da Indústria da Transformação - já divulgada em 28 de abril pela FGV - é referente ao primeiro trimestre. A coleta de informações foi feita entre os dias 31 de março a 5 de maio, e consultou 1.043 empresas. Este texto foi atualizado às 16h39.

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