Publicidade

Empresas ganham liquidez com ADRs

Empresas que lançaram ações em Nova York ganham liquidez, apesar do discurso de migração. Queda no giro da Bolsa, segundo especialistas, deve-se à crise.

Por Agencia Estado
Atualização:

As empresas que lançaram ações recentemente em Nova York não registraram queda na liquidez de seus papéis no Brasil. Apesar do discurso de migração de recursos do mercado nacional, pesquisa da Economática mostra que a negociabilidade melhora com a emissão de recibos americanos - os American Depositary Receipts (ADRs). O estudo da Economática, a pedido da Agência Estado, acompanhou cinco papéis com recibos emitidos no mercado nova-iorquino recentemente. A soma do giro dessas ações representava 5,88% do volume negociado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) nos seis meses anteriores ao lançamento de cada um. Após a emissão, esse porcentual subiu para 10,36%. Foram observadas as ordinárias (com direito a voto) de Petrobrás, Embraer e Vale do Rio Doce e as preferenciais de Sadia e Brasil Telecom. Especialistas explicam que a liquidez total das ações aumenta com o lançamento de papéis no mercado americano. Quanto à alardeada queda no giro da bolsa paulista, eles argumentam que o movimento se deve, principalmente, às crises dos mercados emergentes, agravadas pela Ásia em 1997 e Rússia em 1998. "Houve redução nos recursos internacionais destinados aos emergentes", disse Eduardo Favrin, gestor de renda variável da JP Morgan Corretora. De acordo com ele, está caindo a quantidade de fundos dedicados à América Latina. Segundo o diretor de ADR da Citi Asset Management, Orlando Viscardi, a tendência, quando uma empresa emite ações lá fora, é que a soma do volume nos dois mercados seja maior do que o giro local anterior à operação. Para ele, a decisão de lançar recibos nos Estados Unidos acaba sendo positiva para o investidor brasileiro. De acordo com Júlio Ziegelmann, da Bank Boston Asset Management, outro ponto favorável é o fato de existirem compradores para lotes grandes de ações. Isso porque os investidores estrangeiros costumam girar lotes maiores. Além da liquidez, os especialistas destacam o ganho de transparência que o investidor pode obter quando a empresa passa a ser negociada fora do País. O chefe de análise da Finasa Research, Yuri Ramos, ressaltou que aumenta a qualidade e quantidade de informações divulgadas pela companhia, pois os investidores internacionais são exigentes. O diretor da Fama Investimentos, Fábio Alperowitch, acrescentou que a emissão de ADR amplia a visibilidade da companhia no mercado externo.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.