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Empresas já pedem crédito como antes da crise

Por Marcelo Rehder
Atualização:

Em julho, a procura das empresas por crédito cresceu 5,5% em relação ao mês anterior e retornou ao nível pré-crise. As informações são da Serasa Experian, ao divulgar ontem o indicador que mede a demanda por crédito entre as pessoas jurídicas. Foi a quinta alta mensal seguida do indicador, o que fez o número de empresas que buscam crédito no País superar em 1,5% o volume verificado em outubro de 2008. O economista Luiz Rabi, gerente de indicadores de mercado da Serasa Experian, advertiu que a oferta de crédito pelos bancos e financeiras precisa começar a andar na mesma velocidade que a demanda. O último dado disponível do Banco Central, referente a junho, mostra que o volume de concessão de crédito ainda estava 10% abaixo do patamar observado em outubro do ano passado. "Entramos em um período sazonalmente forte de procura das empresas por crédito, principalmente do setor industrial, e precisa haver uma contrapartida do sistema financeiro para atender essa demanda", disse Rabi. "Se a oferta não começar a acompanhar o ritmo da demanda, o custo do crédito pode subir, em vez de cair", alertou. Segundo o economista, é natural haver um crescimento na procura por crédito nesta época do ano, nos meses que antecedem as festas de fim de ano. Tradicionalmente, o ritmo da produção da indústria para o Natal começa a acelerar em julho e atinge o pico em outubro. Nesse período, as empresas do setor necessitam de crédito de capital de giro para bancar a aquisição de matérias-primas, insumos e componentes para serem processados. Depois de outubro, é a vez de o varejo bater à porta dos bancos em busca de crédito para formar os estoques para o Natal. Além do componente sazonal, o aumento da procura por crédito reflete ainda a recuperação da atividade econômica experimentada pelo País desde o fim do primeiro trimestre deste ano. Para Rabi, esse movimento fica claro ao se analisar a evolução anual do indicador e sua variação acumulada no ano. Entre maio e julho, a queda em relação a igual período de 2008 passou de 4,6% para 2,3% e agora para 2,7%. Da mesma forma, a taxa negativa acumulada nos três meses passou de 7,6% para 6,7% e para 6,1%.

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