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Empresas lucram com eleições

Segmentos como transportes, saneamento e papel elevam suas receitas com a chegada das eleições. Para se eleger, candidatos aumentam demanda de obras e capricham nos materiais para publicidade.

Por Agencia Estado
Atualização:

A proximidade das eleições municipais contribui para elevar o faturamento de empresas ligadas aos setores de transportes, saneamento e papel. A Metalúrgica Barbará projeta uma elevação total de sua receita líquida originada no mercado interno entre de 15% e 20% este ano. A receita líquida de 99 ficou em R$ 114,664 milhões. A empresa, que produz tubos, conexões e válvulas, destina a maior parte de sua produção ao setor de saneamento. O diretor geral adjunto e de relações com investidores da companhia, Carlos Alberto Rosito, afirmou que o porcentual de aumento da receita nos anos eleitorais, em relação ao ano anterior, tem variado entre um mínimo de 5% até um máximo de 60%". A variação, entretanto, concentra-se entre 20% e 25%. Segundo ele, o aumento em períodos pré-eleitorais é motivado, principalmente, pelo crescimento dos investimentos das concessionárias estaduais públicas, como a Sabesp. "Tudo o que é ligado a consumo sofre impacto da proximidade das eleições, com aumento no volume de telefonemas, gasolina para carreatas e no consumo de papel para propaganda", afirmou o diretor de relações de mercado da Cia Suzano de Papel e Celulose, Adhemar Magon. Ele explicou que a maior demanda se verifica nos setores de papel de imprimir e escrever. "Muita gente imprime revistas e pesquisas, ou seja, artigos para distribuição", disse Magon, lembrando que os produtos também são utilizados em propaganda direta, como cartazes e outdoors. "Há uma elevação na receita normalmente 60 dias antes do primeiro turno, mas que não chega a ser significativa", comentou Magon, sem citar porcentuais ou projeções. Ônibus também lucram O segmento de ônibus municipais da Marcopolo verifica elevação histórica, sobretudo em anos de eleições locais. A empresa fabrica carrocerias para ônibus e caminhões. "Muitas vezes as prefeituras não possuem influência direta, mas as empresas acabam renovando suas frotas nesses períodos", disse o diretor de relações com investidores da companhia, Carlos Zignani. No caso da Marcopolo, o efeito sobre a receita é antecipado, ocorrendo entre 90 e 120 dias antes do pleito. "O aumento é contabilizado ainda no primeiro semestre", disse, sem revelar números. Mas, ele afirmou que a importância das eleições na receita da empresa está diminuindo. "Há dez anos, o número de empresas públicas era maior, o que contribuía para mais pedidos." Com a privatização dos serviços, as solicitações acabam sendo reduzidas.

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