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Empresas terão nota para governança corporativa

A agência de classificação de risco SR Rating está lançando um sistema de pontuação para qualificar os procedimentos das companhias. As empresas poderão contratar a agência para que suas práticas sejam submetidas à avaliação.

Por Agencia Estado
Atualização:

As empresas brasileiras poderão agora receber notas para avaliar suas práticas de governança corporativa - conjunto de regras e valores que orienta os administradores com o propósito de melhorar o retorno ao acionista. A agência de classificação de risco SR Rating está lançando um sistema inédito no mercado nacional, com uma pontuação para qualificar os procedimentos das companhias. "Trata-se de uma opinião técnica e independente sobre as práticas de governança adotadas pelas empresas", explica o diretor da SR Rating, Luciano Ventura. As empresas poderão contratar a agência de classificação para que suas práticas sejam submetidas à pontuação de zero a dez. "A nota dez significará o estado da arte em governança corporativa." A metodologia da SR Rating vai avaliar dois tipos de risco das companhias: societário e de gestão. O primeiro trata da relação entre os sócios, que se não for positiva pode resultar em conflitos. O risco de gestão mede a eficiência da relação entre o conselho de administração e a diretoria. As notas da SR Rating para as práticas de governança corporativa serão dadas com base em constatação direta dos fatos e evidências documentadas (como atas de reuniões, estatutos e acordo de acionistas). "Não é nada subjetivo", afirmou Ventura. Como será a avaliação A avaliação vai considerar sete quesitos: propriedade, conselho de administração, principal executivo, auditoria externa, conselho fiscal, transparência e ética. Cada um desses itens terá uma pontuação específica, que somadas resultarão na nota dez. De todos os segmentos, o conselho de administração é o que terá maior peso, sendo responsável por três pontos da nota total. Para chegar à pontuação, a SR Rating fará uma avaliação extensa e minuciosa de vários quesitos. No caso do conselho de administração, por exemplo, será analisada a composição e quantidade de membros, e o recomendado é que tenha entre cinco e nove integrantes. A legislação brasileira permite que até um terço do conselho seja formado por diretores da própria empresa. No entanto, se a companhia tiver algum executivo no conselho perderá pontos. Isso porque o conselho é o órgão que avalia os procedimentos da diretoria de uma empresa. Se os seus integrantes coincidirem, a gestão pode ficar prejudicada. O mesmo raciocínio vale para o presidente da companhia e o presidente do conselho. Segundo as práticas de governança, as empresas devem ter um profissional em cada cargo. O objetivo da pontuação criada pela SR Rating é fazer uma avaliação que vai além das exigências legais. Ou seja, para serem bem classificadas, as empresas têm de oferecer aos seus acionistas bem mais do que está previsto na legislação. Se a companhia seguir apenas o que está previsto em lei, terá nota baixa.

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