PUBLICIDADE

Publicidade

Empresas terceirizam para aumentar produção

Por Agencia Estado
Atualização:

Pensando em reduzir custos e aumentar a produção, muitas micro e pequenas empresas estão partindo para a terceirização de funcionários. Por outro lado, com o crescente interesse das grandes companhias em terceirizar serviços que não façam parte da atividade principal da empresa (como limpeza e segurança, por exemplo), muitas MPEs estão especializando-se em oferecer serviços de terceirização para as grandes. Estima-se que as micro e pequenas empresas sejam responsáveis por 67% dos empregos no País. "Acreditamos que boa parte delas preste serviços terceirizados para grandes companhias", explica a consultora jurídica do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do Estado de São Paulo (Sebrae-SP) Sandra Regina Bruno Fiorentini. De acordo com o diretor da empresa Work Able, especializada em oferecer mão-de-obra terceirizada, José Roberto Martins Pereira, pelo menos metade de seus clientes é de pequenas e médias empresas. "Cada vez mais as pequenas empresas buscam terceirizar", afirma. Há cerca de 15 anos, quando a terceirização começou no País, a alternativa era utilizada apenas pelas grandes companhias. Segundo Sandra, do Sebrae-SP, as pequenas empresas buscam a terceirização para diminuir os custos de folha de pagamento e do processo de recrutamento e seleção. Outra vantagem do sistema é que a empresa pode concentrar-se apenas em sua atividade principal. No entanto, a consultora explica que muitas empresas buscam a terceirização como forma de burlar as leis trabalhistas. "A atividade principal não pode ser terceirizada", explica. "O sistema só pode ser utilizado para serviços esporádicos e específicos. A empresa pode ter de arcar com um processo trabalhista e terá de gastar muito mais do que se contratasse o empregado legalmente." Já as empresas que se especializam em oferecer mão-de-obra terceirizada para grandes companhias precisam registrar os funcionários de acordo com a Confederação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, nem todas podem se beneficiar do sistema de tributação Simples. "Depende do ramo de atuação", avisa. Para essas empresas, o mercado é promissor. "Cada vez mais as grandes procuram pequenas para terceirizar." O designer Antônio Brancatelli, mais conhecido como Nino Bran, nome de sua marca, utiliza mão-de-obra terceirizada para confeccionar as bijuterias e acessórios que cria. Atualmente, são cerca de 300 pessoas trabalhando em serviços esporádicos, de acordo com a coleção que está sendo produzida. "Seria impossível para uma microempresa contratar todas essas pessoas", afirma. Nino Bran trabalha no ramo há dez anos, mas há três montou o próprio negócio. "Eu e uma amiga costumávamos confeccionar as peças", conta. Entretanto, quando a produção começou a aumentar, ele decidiu que o melhor seria optar pela terceirização. Hoje, a empresa do designer confecciona aproximadamente duas mil peças por mês, que são vendidas no atacado para diversas lojas. A empresa possui ainda oito funcionários contratados, ligados à produção e acabamento dos artigos. Segundo Nino Bran, os trabalhadores terceirizados não têm salário fixo. Tudo depende da quantidade e da complexidade da peça produzida. "Há artigos que levam até três dias para ficarem prontos", relata. Outra característica é que nenhum dos terceirizados trabalha na empresa. "Eles levam o serviço para casa e entregam em uma data predeterminada", explica. Para coordenar o trabalho, os trabalhadores são divididos em equipes, cada uma com um coordenador. "Só tenho contato com o coordenador."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.