Publicidade

Empréstimos a trabalhadores geram receitas para sindicatos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os empréstimos em consignação em folha de pagamento podem se tornar uma fonte de arrecadação e financiamento dos sindicatos. A Força Sindical, que acaba de fechar um acordo desse tipo com o Banco Santander Banespa, estima receber, juntamente com os sindicatos filiados que aderirem à proposta, até R$ 7,75 milhões, já no primeiro ano de vigência, a título de "comissão", caso consigam concretizar cerca de 500 mil contratos. O contrato com o Santander Banespa prevê o repasse pelo banco aos cofres da central e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, o primeiro a participar do acordo, de 0,50% sobre o montante emprestado para cada metalúrgico, a chamada "comissão flat". Os sindicatos receberão também 0,5% do valor de cada parcela, a "comissão PMT" (sigla do inglês payment, pagamento em português). O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, justifica a cobrança afirmando ser uma medida viável como alternativa para o financiamento dos sindicatos, a partir da provável extinção da contribuição sindical compulsória, um dos pontos em análise na reforma trabalhista. "Essa é uma alternativa para financiamento dos sindicatos de uma forma legal. Todos queremos o fim do imposto sindical, mas não podemos asfixiar financeiramente os sindicatos", argumenta. No entanto, a cobrança da comissão não é consenso entre sindicalistas. A tal ponto de as centrais sindicais terem aberto na semana passada uma "concorrência pública" entre bancos para estimular a redução das taxas para a concessão do crédito em consignação, mas cada uma tenderá a fechar seu próprio contrato, evitando um acordo padronizado que necessariamente estabeleça um critério único de cobrança de comissão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.