
07 de abril de 2016 | 03h00
Os desembolsos de recursos do banco para as micro e pequenas empresas diminuíram 34,9% no ano passado, e atingiram 43,8%, no caso da médias empresas, recuando bem menos do que os destinados às médias-grandes (-25,4%) e às grandes empresas (-23,1%).
Em relação a 2014, a maior queda foi verificada nos desembolsos ao setor de comércio e serviços (-41,5%). Por regiões, a menor queda ocorreu no Nordeste (-7,6%) e as maiores foram constatadas no Sudeste (-33,2%) e no Centro-Oeste (-40,3%).
Entre os números mais expressivos do balanço está a redução do número de operações: em 2014, o banco havia feito 1,130 milhão de operações, quantidade que caiu para 954 mil no ano passado, ou seja, 176 mil a menos. Isso dá uma boa ideia do número de empresas que não procuraram o banco ou não tiveram acesso ao crédito em 2015.
O desempenho econômico-financeiro do BNDES foi afetado pela Petrobrás, porque o banco e seu braço de participações (BNDESPar) detêm 17,3% das ações da petroleira. O prejuízo decorrente da queda do valor de mercado das ações da Petrobrás representou em 2015 perdas de R$ 7,35 bilhões brutos para o sistema BNDES, ou R$ 4,49 bilhões líquidos de tributos. O prejuízo ajudou a reduzir o lucro líquido do banco de R$ 10,7 bilhões, em 2014, para R$ 8,6 bilhões, em 2015, além de afetar o patrimônio de referência. Esse indicador caiu de R$ 108,7 bilhões, em 2013, para R$ 97,8 bilhões, em 2014, e para quase R$ 95 bilhões, em 2015. Já a BNDESPar saiu do lucro líquido ajustado de R$ 3 bilhões, em 2014, para o prejuízo de R$ 7,3 bilhões, em 2015.
No primeiro bimestre, as concessões de crédito do BNDES caíram 30% em relação a 2014, de R$ 17,5 bilhões para R$ 12,3 bilhões, segundo a área econômica do Bradesco. Explica-se: o BNDES é o grande financiador do investimento, justamente o mais atingido pela recessão econômica.
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