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Endividada, Unidas mantém farol alto

Por Clayton Netz
Atualização:

A Unidas Rent a Car, de São Paulo, controlada pelo grupo português SAG desde 2001, busca um parceiro para se capitalizar e refinanciar sua dívida líquida que bateu na casa dos R$ 535 milhões. A Unidas não dá nomes, mas confirma que está negociando sociedade com empresas e fundos de investimento brasileiros e portugueses. A despeito das dificuldades, a Unidas, que faturou R$ 710 milhões no ano passado, quer manter os faróis altos: uma das primeiras providências foi a renovação dos dois principais cargos de gestão, a presidência e a diretoria de locação, condição necessária para colocar em ação seu plano de crescimento, que prevê um acréscimo de receita de até 50% nos próximos cinco anos, sem expansão das lojas. "A rede atual sustenta o nosso plano de crescimento", diz o português Pedro Almeida, presidente da Unidas, um dos reforços que a SAG trouxe em março deste ano para colocar a empresa no azul. Mais tarde, foi contratada a executiva Patrícia Nina, nova diretora-geral de locação da Unidas. Patrícia assumiu o posto há um mês e já definiu a estratégia para a recuperação da Unidas, segundo lugar no ranking nacional, com uma frota de 30 mil veículos, menos da metade da operada pela líder, a mineira Localiza. Na pauta, a melhoria no atendimento e a reformulação das 101 lojas da rede. "O mercado de locação é considerado um negócio financeiro, e não de varejo, como deveria ser", diz Patrícia. Ela foi escolhida justamente por ter uma trajetória profissional construída no varejo, com passagens pela C&A e Fnac. Por conta desse desafio, Patrícia está com a agenda praticamente comprometida até meados de dezembro. Nesse período, pretende visitar todas as lojas da rede, 36 próprias e 65 franqueadas. "Aprendi no varejo que você tem de estar presente na ponta do negócio, onde as coisas acontecem", diz Patrícia. Nos encontros com os franqueados da marca, ela está aproveitando para mostrar os novos planos da Unidas, que vão desde a mudança da disposição dos móveis nas lojas até a intensificação do treinamento dos funcionários para aprimorar o atendimento aos clientes. Depois de encerrar a temporada de visitas, ela pretende passar a metade de seu tempo de trabalho nas lojas. "É preciso estreitar o contato com os clientes",diz.Emergentes. Patrícia chega à Unidas num momento de economia aquecida, com o aumento da renda da população e emprego em elevação, o que, segundo ela, está atraindo novos consumidores às locadoras de carros. Tanto é que a empresa reformulou o mix de veículos de sua frota reforçada com carros populares, que hoje representam 75% do total. Segundo Patrícia, a nova classe média emergente é exigente e está disposta a pagar mais para ter mais conforto. "O consumidor não quer apenas o mais barato, quer também comodidade", afirma. Segunda ela, pela primeira vez na Unidas, o número de veículos 1.0 com ar-condicionado locados superou o de carros 1.0 sem esse equipamento, apesar de a diária ser 25% mais cara. CAMINHÕESIveco aposta em modelo de porte médioA Iveco, divisão de caminhões da italiana Fiat, investiu R$ 55 milhões na produção do modelo Vertis, um caminhão de médio porte, com capacidade de carga de 8 a 15 toneladas, desenvolvido por engenheiros de seu centro de Sete Lagoas (MG). O lançamento oficial será realizado na próxima sexta-feira, em Salvador. O primeiro lote, de quase 400 unidades, a ser entregue entre setembro e dezembro, foi vendido para clientes como a Martins Atacadista, de Uberlândia, entre outros. Segundo Alcides Cavalcanti, diretor de vendas da Iveco, a meta é obter 10% do mercado de caminhões médios com o Vertis. Esse era o único nicho em que a Iveco, dona de faturamento de US$ 1,5 bilhão na América Latina, não tinha produtos. Desde 2007, a empresa lançou seis novas linhas de produtos, o que possibilitou uma duplicação de sua fatia de mercado no Brasil para 8%, com 14 mil unidades vendidas por ano. ENGENHARIA AMBIENTALBrasileira Enfil ganha contrato na MongóliaA Enfil, líder do mercado brasileiro de soluções ambientais, acaba de assinar contrato para realizar o projeto básico de engenharia de um sistema de dessulfurização de gases de combustão para uma nova siderúrgica a ser implantada na Mongólia, próximo à fronteira com a China. O sistema a ser usado é conhecido pela sigla FGD - Fuel Gas Desulfurization, empregado para evitar a chamada chuva ácida. No Brasil, a Enfil, que deve faturar R$ 380 milhões neste ano, já forneceu o sistema para a MPX, do grupo Eike Batista, e para usinas termoelétricas em Itaqui e Pecém. "O contrato com a Mongólia é pequeno, uma vez que envolve apenas o projeto de engenharia, mas é importante porque confirma internacionalmente nossa competência tecnológica", diz Franco Tarabini Jr., diretor da Enfil. EVENTOS Empresas baianas se reúnem em plataformaDe olho no mercado baiano de infraestrutura para eventos, que movimenta receitas em torno de R$ 200 milhões anuais em suas mais de 5 mil atividades, um grupo de empresários do Estado está formando o Sistema Integrado de Eventos (SEI). A intenção é facilitar a contratação de serviços por interessados em realizar eventos de pequeno, médio e grande portes. "A Bahia é a menina dos olhos dos eventos musicais e está se tornando um destino muito procurado pelo mercado corporativo", diz Alex Amaral, fundador do SEI. Segundo ele, o grupo, que tem 16 empresas integradas, deve fechar 2011 com a adesão de 50 fornecedores de infraestrutura para eventos e atingir uma receita de R$ 50 milhões. O próximo passo é replicar o modelo no Ceará e em Pernambuco.MERCADO DE CAPITAISCom Pelé, BM&FBovespa caça investidor no cinemaA BM&FBovespa foi ao cinema em busca de investidores. Durante um mês, a bolsa exibiu nas salas da rede Kinoplex de Campinas, Belo Horizonte e Curitiba a campanha batizada de "Quer ser sócio?", que tem como garoto propaganda o rei Pelé. O tema central da propaganda é o paralelo entre o sucesso do craque e o dos investidores em ações.

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