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Enéas está de volta, agora como consultor

Consultoria do ex-presidente do Grupo Pão deAçúcar começa com JBS e BTG como clientes

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Por Redação
Atualização:
Ex-Pão de Açúcar, Pestana poderá assumir temporariamente gestão de empresas Foto: Alex Silva/Estadão

Os últimos dez meses de Enéas Pestana foram bem diferentes dos quatro anos em que ele comandou o Grupo Pão de Açúcar. Além de participar de um processo seletivo para comandar a operação global de uma empresa estrangeira e de receber convites para participar de conselhos de administração - e aceitar uma oferta da JBS Foods -, o executivo de 51 anos conseguiu finalmente viajar dez dias ao lado do filho, para conhecer o sul da Espanha de moto. Foi só nos últimos dois meses que o próximo passo de sua carreira ficou claro: o executivo de carreira decidiu virar consultor.

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O "empurrãozinho" que faltava nessa direção, contou Pestana em entrevista ao

Estado

, ontem, veio de André Esteves, fundador do BTG Pactual. Foi o banqueiro, amigo de longa data do executivo, que o aconselhou a participar do destino de várias empresas, em vez de ter de ficar atrelado a uma só. Esteves também está acreditando no projeto embrionário do ex-presidente do Pão de Açúcar: o banco é, ao lado da JBS, o cliente inaugural da Enéas Pestana & Associados - Gestão de Negócios.

'Mão na massa'.

Enquanto dá os últimos retoques no escritório - que ocupará, já de início, metade de um andar de um edifício na Vila Nova Conceição -, o executivo também angaria um time de sócios e associados, todos com larga experiência em varejo, que deverá ser o maior foco da consultoria nascente. O perfil da maioria dos consultores, diz ele, será gente com "cabelo branco", acima dos 50 anos e que realmente tenha posto a "mão na massa" no setor.

O maior "ativo" que Pestana diz ter a oferecer é a experiência. "O legado de conhecimento que eu tenho vem da prática. Passei a vida como executivo dentro de empresas. E consigo ter uma visão do que dá certo e do que dá errado.". Além da passagem pelo Pão de Açúcar, Pestana também trabalhou para a varejista francesa Carrefour, para a gestora de investimentos GP e para o laboratório Dasa, entre outros empresas.

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Embora o trabalho com os dois primeiros clientes ainda esteja em fase inicial, Pestana afirma que, no caso do contrato com o BTG, a consultoria por enquanto envolve a Leader, rede de varejo fluminense da qual o banco detém 70%. Segundo fontes, a Leader enfrenta dificuldades de posicionamento no mercado em um momento difícil para o varejo de confecções (leia mais acima) e é considerada um "ativo-problema" dentro do portfólio da instituição. Dentro da Leader também está a operação da paulista Seller, de posicionamento parecido, adquirida em 2012.

No caso da JBS, uma empresa de orientação industrial, o contrato de consultoria é amplo, segundo Pestana, e poderá envolver qualquer atividade da companhia. O executivo já é conselheiro da JBS Foods, que concentra o principal negócio de varejo do grupo, a Seara, que o grupo comprou do rival Marfrig no ano passado. "A agenda da consultoria está bem aberta, a decisão está nas mãos do Wesley (Batista, presidente global do grupo JBS)", explica.

Atuação.

A consultoria de Pestana deverá atuar em consultoria e também assumir temporariamente a gestão de negócios em dificuldades, como fazem hoje empresas como a Galeazzi & Associados (fundada por Claudio Galeazzi, a quem Pestana sucedeu no Pão de Açúcar, e hoje tocada por seu filho, Luiz) e a americana Alvarez & Marsal.

Dependendo do porte do negócio e do tamanho do problema da empresa requerente, Pestana não descarta que ele mesmo assuma a presidência de uma companhia temporariamente. "Vou estar envolvido de alguma forma em todos os projetos. Esse é o meu nível de comprometimento com esse negócio", afirma o executivo. /

F.S.

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