PUBLICIDADE

Publicidade

Entenda o que aconteceu nos fundos DI

Os papéis que compõem a carteira dos fundos DI passaram a ser precificados pelo valor de mercado. A regra pode provocar oscilações nas cotas dos fundos. Isso traz maior transparência para os produtos, mas a nova realidade assusta os investidores.

Por Agencia Estado
Atualização:

A regra de marcação a mercado para os títulos que compõem as carteiras dos fundos referenciados DI (pós-fixados) não é uma determinação nova. Ela existe desde 1995 e instrui os gestores a precificarem os títulos que compõem as carteiras pelo valor de mercado dos papéis. Isso significa que a cota passa a oscilar diariamente, segundo o comportamento do mercado de juros. Muitos gestores alegavam que essa prática não era possível, devido à falta de liquidez de alguns papéis. O Banco Central (BC), em conjunto com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), indicou os procedimentos para esses casos e fixou o prazo para que as carteiras se enquadrassem - sexta-feira passada. Apesar de provocar uma reação negativa por parte dos investidores, já que esta é uma realidade que não acontecia anteriormente, a nova regra não é prejudicial aos cotistas. Com a marcação a mercado, os lucros e perdas dos fundos serão distribuídos a quem de direito. Além disso, a tendência é que as características dos produtos fiquem mais transparentes. O fato é que a nova realidade dos fundos de investimento assustou muitos investidores. A reação foi um aumento no volume dos saques nas carteiras de fundos de renda fixa nos últimos dias, como mostram os dados da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid). Investidores que efetuaram seus resgates antes da marcação a mercado, saíram com a cota sobrevalorizada e registraram ganhos. Já aqueles que fizeram a operação depois da adoção da nova regra apuraram o prejuízo. Para quem permanece com os recursos nos fundos de investimento, a principal recomendação dos analistas é não tomar atitudes precipitadas e aguardar por uma valorização dos papéis. Nesse caso, os investidores vão recuperar as perdas. Mas já há analistas que apontam o risco desse movimento expressivo dos resgates. O fato é que para pagá-los, os gestores precisam vender os títulos que compõem a carteira dos fundos, provocando um aumento da oferta desses papéis. O resultado é que eles perdem valor e as cotas dos fundos voltam a apresentar oscilação negativa, provocando novos saques. Esse é o risco: a formação de um círculo vicioso. Veja nos links abaixo a cobertura completa do Finanças Pessoais sobre a regra de marcação a mercado para os fundos de investimento, com orientações de analistas e perspectivas para a indústria de fundos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.