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Entenda por que o Magazine Luiza se valorizou R$ 4,37 bilhões em apenas um dia

Queridinha do mercado financeiro no Brasil, a empresa vale quase R$ 70 bilhões

Por Flavia Alemi
Atualização:

O Magazine Luiza praticamente dobrou suas vendas de comércio eletrônico no trimestre e metade do que sai das suas prateleiras já é feito por pedidos online. Somado a um lucro que aumentou 13,8% entre julho e setembro deste ano, contra o terceiro trimestre de 2018, e justificou mais uma vez porque sua ação é uma das queridinhas dos investidores da B3

Loja do Magazine Luiza em São Paulo. Foto: Nilton Fukuda/Estadão

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Na última quarta-feira, 30, um dia após a divulgação do balanço da companhia, o valor de mercado da varejista aumentou em R$ 4,37 bilhões e a empresa passou a valer R$ 67,11 bilhões. 

Além disso, nesta quinta-feira, 31, a varejista anunciou uma oferta subsequente de ações na Bolsa de Valores, que pode movimentar cerca de R$ 5,2 bilhões, levando em consideração o preço da ação fechado no mercado de quarta, 30, R$ 44,02. Isso pode alterar ainda mais o valor de mercado da companhia. 

Entre os motivos para a alta da semana está a diversificação no catálogo da Netshoes e investimentos em logística. A estratégia de diversificação foi traçada pelo presidente executivo da companhia, Frederico Trajano, que vê na moda uma das maiores oportunidades de crescimento do comércio virtual no Brasil. Isso explicaria a disputa acirrada que o Magazine Luiza travou com a Centauro pela compra da Netshoes no primeiro semestre.

Além disso, a incorporação da Netshoes à operação do Magazine Luiza ataca a chamada "segunda onda do e-commerce", na qual itens de vestuário e material esportivo devem ganhar importância nas vendas online.

Em teleconferência de resultados, Trajano disse que foi contratada uma consultoria para elaborar um plano de negócios para a operação da Netshoes e que o foco principal, por enquanto, é aumentar o faturamento.

Entre julho e setembro, as vendas da Netshoes somaram R$ 699,3 milhões e inflaram o número de vendas total no e-commerce do Magazine Luiza, que cresceu 96%. Sem o efeito Netshoes, o e-commerce da varejista cresceu 54,1%, número ainda assim considerado expressivo. Para o BTG Pactual, as vendas online devem continuar crescendo numa taxa consistente e ao menos triplicar até 2025.

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"Graças a uma jornada impressionante e de sucesso nos últimos anos, o Magazine Luiza é visto pelo mercado como um dos potenciais vencedores no e-commerce brasileiro", destacam os analistas Luiz Guanais e Gabriel Savi, do BTG.

Para Richard Cathcart, analista do Bradesco BBI, outro ponto de destaque é a logística do Magazine Luiza na entrega das compras virtuais. "Sendo o maior vendedor direto, o Magalu tem uma vantagem competitiva que nós esperamos que persista no longo prazo, pois o modelo de entrega mais eficiente é o da venda direta", disse o analista. Segundo ele, é difícil de replicar para entregas de terceiros que estão no marketplace da companhia.

Do lado negativo, pouco pesou para os investidores a pressão que a margem Ebitda da companhia sofreu devido à integração da Netshoes. No terceiro trimestre, a margem ajustada passou de 7,7% para 6,2%. "Apesar dessa queda, acreditamos que o aumento das despesas já está dando frutos e deve continuar solidificando o Magazine Luiza como o mais forte competidor de comércio eletrônico do mercado", disse o Brasil Plural. 

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