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Entidade pede que Bolívia respeite brasileiros

A organização responsável por políticas de migrações afirmou que Evo Morales precisa lançar mão do princípio da reciprocidade

Por Agencia Estado
Atualização:

A organização responsável por políticas de migrações no mundo pede que o governo boliviano, de Evo Morales, respeite o princípio da reciprocidade ao tratar dos brasileiros vivendo na Bolívia. Hoje, a Organização Internacional de Migrações (OIM) esteve reunida com autoridades em La Paz para organizar uma viagem oficial ao Brasil. O governo de Morales pediu ajuda à entidade para garantir a proteção dos trabalhadores bolivianos que estão nas cidades brasileiras, principalmente em São Paulo. A entidade, ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), aceitou cooperar, mas lembrou que Morales precisará dar o mesmo tratamento aos brasileiros que espera que os bolivianos tenham no País. "A reciprocidade é um princípio do direito internacional que precisa ser respeitado", afirmou Walter Arce, do escritório da OIM na Bolívia. Alguns dos ministros de Morales afirmam que o governo prepara um plano de nacionalização das terras, o que poderia afetar brasileiros que há anos vivem na Bolívia, mas que não contam com uma documentação regularizada sobre a propriedade de terras. Política O representante da OIM destaca que, ao pedir proteção aos bolivianos no Brasil, o governo de La Paz também precisa pensar sobre suas políticas em relação aos brasileiros na Bolívia. "Eles (brasileiros) também precisam receber um tratamento digno. Há brasileiros que vivem na Bolívia há anos, já inseridos na realidade do país. Os direitos dessas pessoas precisam ser considerados", afirmou Arce. Quanto ao Brasil, a entidade estima que existam cerca de 100 mil bolivianos trabalhando no País, principalmente em confecções. "Muitos deles são explorados, afirmou Arce, que ontem esteve com o Ministério do Trabalho e com o Ministério da Justiça da Bolívia para fechar os últimos detalhes desse plano para garantir a proteção dos bolivianos no Brasil. Visita A visita deve ocorrer ainda neste mês e terá como objetivo debater com o governo brasileiro formas para facilitar a regularização dos bolivianos e ainda de garantir que tenham seus direitos resguardados. "O Brasil e a Bolívia assinaram um acordo de cooperação que prevê a anistia aos bolivianos. Mas o problema é que as informações sobre esse acordo não estão sendo divulgadas de forma suficiente no Brasil, o que dificulta a regularização de muitos trabalhadores", explicou.

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