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Entidades médicas denunciam planos de saúde

Uma pesquisa para apontar quais são os três piores planos de saúde do Brasil foi encomendada pelas entidades médicas de todo o País. Médicos contestam a forma de atuação das empresas de plano de saúde e reivindicam aumento dos honorários.

Por Agencia Estado
Atualização:

Entidades médicas de todo o País resolveram se associar para realizar uma mobilização contra as empresas de plano de saúde. As associações anunciaram hoje, na sede da Associação Médica Brasileira (AMB), que encomendaram uma pesquisa para apontar quais são os três piores planos de saúde do Brasil. O resultado será divulgado entre os dias 13 e 15 de junho. Os médicos contestam a forma de atuação das empresas de plano de saúde e reivindicam aumento dos honorários. O presidente da AMB, Eleuses Vieira de Paiva, qualifica como inaceitáveis as pressões que as empresas de planos de saúde estão realizando sobre os médicos para restringir o pedidos de exames, cirurgias e tempo de internação dos pacientes. "As empresas do setor visam apenas ao lucro econômico. Elas restringem exames e cirurgias sem discutir sua real necessidade", denuncia. A pesquisa encomendada pelas entidades médicas será realizada junto aos médicos de todo País. De acordo com a presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo (Cremesp), Regina Parisi, os três piores planos de saúde serão conhecidos através dos seguintes critérios: as empresas que diminuem o tempo de internação, que não respeitam o período pré-operatório, que interferem nos diagnósticos, que retringem exames, que pagam os piores honorários médicos, que abaixaram os honorários médicos e as operadoras que apresentam procedimentos burocráticos na prestação de serviços. O objetivo da pesquisa, segundo Regina Parisi, é avaliar o trabalho das operadoras em todo País e verificar quais os principais problemas enfrentados pelos médicos e pacientes em todos os Estados. Serão realizadas 2,5 mil entrevistas. Honorários O presidente do Conselho Federal de Medicinal (CFM), Edson de Oliveira Andrade, denuncia que enquanto os planos de saúde sofreram reajuste de 96% nos últimos sete anos, os médicos não tiveram nenhum aumento no valor de seus honorários nesse período. "Algumas operadoras abaixaram os valores dos honorários", ressalta. Os médicos recebem honorários entre R$ 7 e R$ 29,00 por consulta. Edson Andrade explica que a mobilização está sendo realizada para combater o comportamento antiético das operadoras de planos de saúde com os seus usuários e com os médicos. O presidente do CFM também denuncia que as empresas do setor restringem exames e tempo de internação de pacientes. "O médico não pode exercer um atendimento com qualidade, pois as operadoras restringem exames. O principal prejudicado é o paciente", afirma. A restrição de exames e do período pré e pós-operatório são atitudes que colocam em risco a vida de pacientes. O presidente da Confederação Médica Brasileira, José Erivalde Guimarães de Oliveira, avisa que o período pré-operátorio é essencial para conhecer o estado geral do paciente antes de uma cirurgia. "Os pacientes estão chegando no hospital e indo direto para a mesa de operação. Isto pode representar um sério risco de vida, pois o médico não conhece o paciente", alerta José Erivalde. A Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), através de sua assessoria de imprensa, informou que não vai se manifestar com relação as denúncias feitas pelas entidades médicas. Ato público Eleuses Paiva avisa que, além da pesquisa, as entidades médicas vão realizar no dia 4 de junho um ato público para discutir os quatro anos da lei 9.656/98, que regulamenta o setor de planos de saúde. O evento será realizado no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (MASP). Deste ato vão participar as entidades médicas, Organizações Não-Governamentais (ONGs) da área da saúde e órgãos de defesa do consumidor. O presidente da AMB informa que as entidades médicas pretendem realizar um abaixo assinado em todo País contra as atitudes abusivas das empresas de plano de saúde. "Através destes atos pretendemos mobilizar o Congresso Nacional para mudar a legislação dos planos de saúde", avisa Eleuses Paiva.

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