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Entidades pedem a Lavagna solução para dívida agrícola

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro de Economia da Argentina, Roberto Lavagna, receberá hoje representantes do setor agropecuário e dos bancos para analisar possíveis soluções para a falta de crédito que sofrem os setores produtivos, em especial, os exportadores. Participam da reunião, o presidente do Banco Central, Alfonso Prat Gay; as diretorias da Confederação Rural (CRA); Sociedade Rural; União Industrial Argentina (UIA); e Associação de Bancos da República Argentina (Abappra), que reúne os bancos oficiais; e os pequenos bancos argentinos. No ano passado, o campo sofreu o duro golpe da crise ao ficar sem nenhum tipo de financiamento para a semeadura. As entidades rurais propõem que os produtores de commodities que fecharam contratos em dólar futuro na compra dos insumos possam converter a dívida em financiamento bancário. Pela proposta, os bancos quitariam as dívidas junto às firmas de sementes e defensivos agrícolas, permitindo ao produtor prazo maior para pagamento. "O campo está em um bom momento de rentabilidade com a colheita recorde e não é lógico que os bancos não estejam interessados em financiar", afirmou o especialista em temas econômicos da CRA, Alfredo Rodes. As entidades pedirão também que sejam criados fundos regionais, chamados de "fideicomissos", administrados por entidades locais, e que haja uma requalificação dos devedores do setor. Os produtores justificam que no ano passado, alguns inadimplentes que enfrentaram maiores dificuldades com a crise para saldar seus compromissos, entraram na lista negra de mal pagadores. As entidades querem limpar o nome de quem está nesta lista. Os bancos argentinos, por sua vez, argumentam que a falta de "previsibilidade, a incerteza sobre os amparos judiciais que ameaçam com a "redolarização" dos depósitos que ainda estão congelados e a dívida dos bancos de 17 milhões de pesos com o Banco Central, impossibilitam a reabertura dos créditos", diz Carlos Heller, presidente da Abappra. Ele propõe ao Banco Central e ao ministério de Economia que estas dívidas, chamadas de "redescontos", sejam pagas com títulos públicos em poder dos bancos. O presidente da poderosa Associação de Bancos da Argentina (ABA), que reúne os grandes bancos estrangeiros no país, Mario Vicens, "lamentavelmente" não acredita que existam perspectivas de que o financiamento volte antes das eleições porque "há muitas incertezas sobre o futuro". Mas não é só a falta de crédito e a retórica dos banqueiros que preocupam os produtores rurais. Segundo o presidente da CRA, Manuel Cabanellas, "é fundamental que o governo reduza o valor de 20% de retenções (impostos) às exportações". Os exportadores consideram que o governo cobra demais pelas exportações que "estão sendo a mola propulsora da economia argentina", diz Cabanellas completando que essa retenção reduz o ganho do produtor.

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