A entrada de capitais no país prevaleceu sobre a volatilidade internacional e fez o dólar voltar a ser cotado abaixo de R$ 1,60 nesta segunda-feira, 14. A moeda norte-americana teve baixa de 0,44%, a R$ 1,594. Foi a primeira vez desde 30 de junho que a taxa de câmbio terminou o dia abaixo de R$ 1,60. Em julho, o dólar acumula queda de apenas 0,13%. Veja também: BC dos EUA aprova mudanças em regras para hipotecas O começo do dia prometia tranqüilidade no exterior, com queda da percepção de risco e alta das bolsas após o anúncio de um plano dos Estados Unidos para socorrer as duas principais agências de hipotecas do país. Mas o bom humor, que ajudou o dólar a abrir em queda diante do real, durou pouco. A preocupação com o setor financeiro continuou no exterior, provocando a queda das ações em Nova York e aumentando a aversão a risco entre os investidores. "Do jeito que está lá fora era para (o dólar) estar trabalhando num nível mais alto, mas hoje excepcionalmente o movimento está bem vendedor", disse Francisco Carvalho, gerente de câmbio da corretora Liquidez. A razão para a continuidade da queda estava na entrada de recursos no país. Segundo Carvalho, a oferta de ações da Vale - cuja reserva termina na terça-feira - é uma das operações que tem atraído investidores estrangeiros. O gerente de câmbio de um banco nacional, que preferiu não ser identificado, citou também o ingresso de US$ 250 milhões por uma petrolífera nesta sessão. A alta de quase 1,5% da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) durante a tarde, com destaque para o desempenho de AmBev, Vale e Petrobras, também contribuiu para a valorização do real. Na metade da sessão o Banco Central realizou um leilão de compra de dólares no mercado à vista. A autoridade monetária aceitou uma das propostas divulgadas, segundo um operador, com taxa de corte de R$ 1,5974.