Publicidade

Entrave a Doha não é econômico, é eleitoral, diz Lula

Em referência aos EUA, presidente afirma que interesse está nas próximas eleições e não nas negociações

Foto do author Leonencio Nossa
Por Leonencio Nossa e Jamil Chade
Atualização:

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta terça-feira, 30, em Zurique, que o maior entrave às negociações da Rodada Doha não é econômico, e sim eleitoral. Em entrevista, ao lado da presidente da Suíça, Michelline Calmy-Rey, o presidente brasileiro disse que o problema está nos interesses dos eleitores dos países envolvidos na negociação sobre subsídios agrícolas. Foi uma referência indireta aos Estados Unidos - principal adversário das propostas de redução de subsídios agrícolas - onde haverá eleições presidenciais no próximo ano.   "Todo mundo está olhando mais para as próximas eleições e não para a quantidade de dinheiro que está em jogo", afirmou Lula. "Todo mundo tem cuidado político, porque o que está em jogo não é mais a questão econômica (e sim eleitoral)", acrescentou.   A presidente da Suíça disse que os encontros de chefes de Estados de países desenvolvidos e países em desenvolvimento ajudam a mostrar as diferenças de interesses no assunto. Ela disse que é necessária uma série de acordos e negociações em diferentes áreas para se estabelecer um consenso.   Lula recebeu de Michelline uma bola de futebol com a marca da Eurocopa de 2008, que será realizada na Suíça. Lula brincou, dizendo que o Brasil deveria participar da Eurocopa. Ao final da entrevista, o presidente, em referência à cerimônia em que a Fifa anunciará a escolha do Brasil como sede da Copa do Mundo de Futebol de 2014, disse: "Estou indo para a Copa do Mundo."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.