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ENTREVISTA-Alta dos preços agrícolas podem ajudar Rodada de Doha

Por DOUG PALMER
Atualização:

O preço elevado dos produtos agrícolas nos mercados mundiais pode favorecer a conclusão neste ano da Rodada de Doha do comércio global, iniciada há seis anos, disse um alto-funcionário do governo norte-americano na terça-feira. "É uma boa hora, não só nos EUA, mas eu me atreveria a dizer que é uma boa hora para agricultores em muitos países. Esta deveria ser uma hora em que nós todos nos juntássemos para fazer um acordo", disse o secretário de Comércio dos EUA, Carlos Gutierrez, em entrevista à Reuters. Estimuladas pela forte demanda --e consequente elevação dos preços--, as exportações agrícolas dos EUA devem bater um recorde de 91 bilhões de dólares em 2008, bem acima dos 51 bilhões de dólares de 2001, quando foi lançada a Rodada de Doha, destinada a reduzir barreiras comerciais globais. O lucro do setor agrícola dos EUA também deve bater recordes neste ano, estimado pelo governo em 92,3 bilhões de dólares. "Em geral, projeta-se que 2008 será um ano excepcional para os produtores dos EUA, particularmente produtores de alimentos, oleaginosas e grãos", disse o Departamento de Agricultura dos EUA em um recente relatório, prevendo também que os preços da carne e dos laticínios permanecerão "bem acima da média dos últimos dez anos". Mesmo com o clima otimista, porém, Gutierrez disse que os EUA só podem aceitar um acordo se outros países também fizerem sua parte no corte de subsídios e tarifas agrícolas. Ele afirmou que há mais possibilidades de conclusão da Rodada de Doha agora do que há dois meses, e que o preço elevado dos produtos agrícolas "claramente foi uma das áreas que ajudaram". Na melhor das hipóteses, os ministros de Comércio vão definir até o começo de abril os parâmetros gerais para a abertura de mercados agrícolas, industriais e de serviços, para então resolver os detalhes nos seis meses seguintes. Gutierrez não disse se os EUA farão concessões específicas na questão do cálculo dos impostos antidumping para produtos importados, o que é um dos grandes entraves das negociações. Críticos dizem que essa prática sobretaxa as importações e deveria ser proibida. O governo Bush, pressionado por parte do Congresso, insiste em mantê-la.

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