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ENTREVISTA-Anbima vê mais IPOs e emissões de dívida em 2010

Por GUILLERMO PARRA-BERNAL
Atualização:

O número de ofertas de ações e de dívida pode crescer em 2010 no Brasil, mesmo com a possibilidade de o esperado aumento nos custos de empréstimos e as eleições presidenciais comprometerem o apetite por risco, disse à Reuters nesta terça-feira um dos vice-presidentes da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Até o momento em 2009, empresas brasileiras venderam 45,3 bilhões de reais (26,1 bilhões de dólares) em ações e outros 8,4 bilhões de reais em debêntures, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com mais algumas poucas operações agendadas para este ano, IPOs e vendas de debêntures no ano que vem podem facilmente ultrapassar o volume de 2009, afirmou o vice-presidente da Anbima Alberto Kiraly. "O que a gente está vendo é um processo de normalização do mercado. A tendência natural para o primeiro semestre é que esse processo continue", disse Kiraly. Empresas podem decidir fazer ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês) e ofertas seguintes de ações de, em média, 600 milhões a 800 milhões de reais, apontou Kiraly, diferentemente da tendência vista em 2009, em que duas transações captaram sozinhas cerca de metade do valor total no ano. Uma das operações foi a da unidade brasileira do Banco Santander, que movimentou 14,1 bilhões de reais, recorde para um IPO no Brasil. Preocupações de que o Banco Central eleve a taxa Selic para acima dos atuais 8,75 por cento, sua mínima histórica, podem deixar investidores mais cautelosos em relação a novas ofertas nos mercados de dívida e de ações, disse Kiraly. Um aumento nos custos de empréstimos também "poderia afetar" as emissões, acrescentou. Com base nos contratos futuros de juros, investidores apostam que a Selic chegará ao final de 2010 acima dos 10 por cento. Por enquanto, e com as eleições de outubro cada vez mais próximas, o risco político parece estar sob controle, afirmou o vice-presidente da Anbima. "Os candidatos são conscientes da importância política de manter a estabilidade econômica", afirmou.

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