Publicidade

ENTREVISTA-Banco Mundial vê risco de recessão nos EUA

Por WILLIAM SHOMBERG
Atualização:

Os Estados Unidos podem estar caminhando em direção a uma recessão, a Europa ainda enfrenta perturbações no mercado financeiro, mas os países em desenvolvimento estão mostrando poucos sinais de serem atingidos, disse o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. "Eu não faço previsões econômicas. As pessoas estão discutindo: vai haver uma desaceleração ou recessão?", disse Zoellick à Reuters. "Sem levar em consideração esse debate, há uma séria desaceleração econômica em relação ao que tínhamos antes, e poderá muito bem haver uma recessão", disse ele, referindo-se à economia norte-americana. Quedas maiores são esperadas devido ao aperto nos mercados de crédito que forçou o banco de investimentos dos Estados Unidos Bear Stearns a procurar financiamentos emergenciais na semana passada, segundo afirmou Zoellick em uma entrevista durante o Fórum de Bruxelas, uma conferência sobre relações internacionais. A Europa também deve ter problemas relacionados com o setor de hipotecas de risco, além dos que atingiram os bancos alemães recentemente. "Minha visão pessoal (é que) há mais a ser enfrentado nos mercados europeus também", disse Zoellick, um ex-representante do comércio norte-americano que passou por cargos altos no Tesouro e Departamento de Estado. "Isso se difunde mais amplamente do que se pode imaginar. Eu acredito que uma das coisas que nós temos visto no mercado é que o uso destes instrumentos tem sido bem mais disseminado do que as pessoas inicialmente pensavam." Mas o impacto em economias em desenvolvimento até agora está limitado, se comparado com a maneira como os mercados emergentes caíam, em um efeito dominó, nos anos 1980 e 1990, quando o Sudeste da Ásia, a Rússia e a América Latina caíram em crises de desvalorização, disse Zoellick. "O que é impressionante neste período de perturbação financeira é a relativa ausência de efeitos, se comparada a outros períodos."

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.