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ENTREVISTA-Merrill cresce no Brasil e planeja dobrar receita

Por ELZIO BARRETO
Atualização:

O Merrill Lynch, maior corretora do mundo, planeja dobrar sua receita no Brasil nos próximos anos com a expansão de unidades de gestão de riquezas, banco de investimentos e corretagem, disse James Quigley, presidente para América Latina e Canadá, em entrevista à Reuters. O Merrill, sediado em Nova York, vê uma "oportunidade atraente" no Brasil, onde contratou 11 executivos seniores este ano, disse Quigley. "O Brasil é a maior oportunidade na América Latina, com a economia mais importante", disse Quigley. "Precisamos estar lá de forma agressiva e precisamos dobrar nossas atividades. Mas nós não vamos fazer essas coisas em detrimento de uma presença mais diversificada pela região." No último ano, o Merrill se expandiu na América Latina, relançando a corretora de ações na Argentina em julho e abrindo um escritório em Bogotá. Na terça-feira, a instituição acertou a compra da corretora mais antiga do Chile. O Merrill planeja abrir escritórios fora de São Paulo à medida que a economia ganha força e que as oportunidades de negócios aumentem pelo país, que neste ano recebeu o grau de investimento da Standard & Poor's e da Fitch. "Ter uma visão puramente centrada em São Paulo em um país dessa escala e com essas oportunidades é simplesmente limitar a si mesmo. No momento adequado, precisamos desenvolver presença em várias cidades do Brasil", disse Quigley. O Merrill não divulga a receita obtida no país, mas Quigley afirmou que há um espaço de 3 a 5 anos para a expansão para outras cidades do país. NEGÓCIOS ROBUSTOS A joint-venture do Merrill Lynch com a MaxCap no setor imobiliário cresceu e tornou-se um negócios "muito forte e robusto", disse o executivo. A parceria investirá em hotéis voltados a turismo, shopping centers e edifícios comerciais e não vai focar em investimentos residenciais. "É uma atividade cada vez maior para nós e eu estou muito otimista com suas perspectivas", afirmou Quigley. O Merrill contratou vários profissionais do UBS, Credit Suisse e Citigroup no Brasil apesar das ofertas públicas de ações terem diminuído em meio à preocupação com o enfraquecimento da economia dos Estados Unidos. As novas contratações incluem Alexandre Bettamio, ex-co-diretor da área de banco de investimentos do UBS no Brasil, e Sebastien Chatel, ex-chefe de subscrição de ações do Credit Suisse. "Vamos continuar a contratar bons profissionais e a ampliar nossa atividade no Brasil, no que tem sido um ambiente operacional desafiador para o setor no último ano", disse Quigley.

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