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ENTREVISTA-Standard Bank prevê para breve captação em rands

Por ALUÍSIO ALVES E GUILLERMO PARRA-BERNAL
Atualização:

A filial brasileira do banco de investimentos sul-africano Standard Bank deve anunciar em breve a primeira captação de uma empresa doméstica em rands, a moeda da África do Sul, segundo um executivo do banco. "Estamos ficando perto de fechar algo", disse à Reuters o presidente-executivo do Standard no país, Fernando Negri. Segundo ele, a operação reflete o crescente interesse de companhias brasileiras por operações no exterior para diversificar o endividamento detido em moedas estrangeiras, especialmente nos setores de recursos naturais (como mineração), infraestrutura e finanças. Potenciais compradores dos títulos poderiam incluir fundos de pensão sul-africanos, seguradoras e outros investidores de longo prazo. Tal demanda encontra na África do Sul, que tem taxas de juros bem inferiores às do Brasil, grande interesse dos investidores por títulos privados que possam oferecer rentabilidade maior. Na quinta-feira, o banco central do país manteve taxa básica de juros no piso histórico de 5,5 por cento ao ano, já que o interesse do governo em aquecer a economia tem superado as preocupações com a inflação. A captação em rands é uma das novas apostas para alavancar a receita do banco, que foi obrigado a rever sua estratégia no país no final de 2010, devido a uma mudança na regulação bancária em seu país-sede, que proibiu bancos comerciais de terem operações de risco, como private equity, então uma das apostas que tinha para o Brasil. "(A captação em rands) é um dos espaços para os quais estamos nos dirigindo", disse o executivo. Negri, um argentino que assumiu a presidência do banco no país desde então, vem liderando a montagem de equipes na àrea de mercado de dívida, fusões e aquisições, project finance, finanças estruturadas e tesouraria. O número de funcionários cresceu de cerca de 70 para 114. Embora várias operações nessas áreas ainda estejam em fase inicial --o banco tem 10 mandatos para coordenar fusões e outros cinco para captações de dívida em andamento-- a receita esperada com transações no Brasil caminha para uma expansão maior do que a meta inicialmente traçada para este ano, de 35 por cento sobre 2010. No mercado doméstico de dívida estão empresas dos setores de infraestrutura, telefonia, eletricidade, recursos naturais e financeiro. "O primeiro semestre foi melhor do que o esperado. Devemos ter mais de 100 milhões de dólares de receita com operações originadas no país", disse. (Edição de Alberto Alerigi Jr.)

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