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Equador ameaça encerrar negociações com o FMI

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Equador, Gustavo Noboa, alertou nesta segunda-feira que poderá encerrar as negociações com o FMI sobre um acordo de crédito imedidato. Desde o início deste ano, o Equador vem negociando uma carta de intenções com o FMI para obter o acesso a um financiamento de US$ 240 milhões. Contudo, a administração Noboa tem resistido às exigências do FMI de cobrir os gastos do governo através do aumento dos preços dos serviços públicos e redução dos salários dos funcionários públicos. Noboa disse que o ministro de Finanças, Francisco Arosemana, levou a proposta final do governo ao FMI na semana passada. "Se eles aceitarem, tudo bem. Se eles não aceitarem, tudo bem também", disse Noboa. "Se o FMI não aceitar, nós teremos outras soluções. Mas eu não vou colocar o país num estado de emergência, num estado de desastre social porque os cavalheiros do FMI querem que nós aumentemos tudo (serviços públicos) e cortemos os salários". Noboa, que tem mandato até janeiro, criticou os funcionários do FMI, descrevendo-os como gente na casa dos 30 anos com diversos mestrados. "Por que eles têm de vir e nos dizer, os governos latino-americanos, o que nós devemos fazer e como nós devemos fazer?", disse Noboa. O FMI prevê que a economia do Equador vai crescer 3,5% este ano, uma das maiores taxas de crescimento da América Latina. Contudo, os economistas alertam que o governo equatoriano vai enfrentar um aperto de crédito no próximo ano, devido ao vencimento de grande volume de pagamentos do serviço da dívida externa. A eleição presidencial no Equador está marcada para 20 de outubro.

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