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Governo faz campanha no WhatsApp para que deputados votem a favor da reforma da Previdência

Intitulado "Votar certo, deu certo", panfleto virtual tenta convencer parlamentares de que não perderão votos ao votar a favor das mudanças na aposentadoria

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Por Vera Rosa
Atualização:
O presidente Michel Temer (PMDB) Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - O governo traçou uma estratégia de comunicação voltada aos parlamentares na tentativa de combater “fake news”, quebrar resistências e conquistar votos de indecisos para a proposta de reforma da Previdência. Em reunião do presidente Michel Temer com líderes de partidos da base aliada, nesta quarta-feira, 6, os deputados foram orientados a repetir aos colegas informações segundo as quais votar a favor da reforma não é uma sentença de morte política. Ao contrário, na versão divulgada pelo Palácio do Planalto, pode mesmo render dividendos eleitorais.

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A equipe de Temer produziu um panfleto intitulado “Votar certo, deu certo”, que está sendo distribuído por WhatsApp aos deputados, com o objetivo de mostrar que, durante a votação da reforma da Previdência do governo Fernando Henrique Cardoso, 69% dos que aprovaram a proposta se reelegeram naquele ano de 1998. Dos que votaram contra, apenas 50% tiveram os mandatos renovados.

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“Os deputados federais que votaram certo, a favor da reforma, e que concorreram às eleições de 1998, obtiveram maior êxito eleitoral”, diz a propaganda encaminhada aos parlamentares. A ideia é provar, com números, que a proporção de eleitos naquele ano foi maior entre os que deram sinal verde para as mudanças na aposentadoria do que no grupo dos que se posicionaram contra. 

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Em 1998, porém, a imposição de uma idade mínima para que os trabalhadores da iniciativa privada tivessem acesso à aposentadoria foi rejeitada pelo Congresso. Na ocasião, o governo Fernando Henrique foi derrotado por apenas um voto. No panfleto virtual enviado aos deputados, porém, auxiliares de Temer aproveitaram o revés para lembrar que, mesmo assim, 72% dos que cravaram “sim” para a fixação da idade mínima conseguiram se reeleger, enquanto que, no grupo dos que votaram “não”, esse patamar foi de apenas 50%.

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Até agora, o governo não tem os 308 necessários para aprovar a reforma da Previdência na Câmara. Embora o PMDB, partido de Temer, vá fechar questão sobre o assunto na tarde desta quarta-feira, obrigando seus deputados a aprovar a proposta, ainda há muita resistência, principalmente nas bancadas do PR do ministro dos Transportes, Maurício Quintella, e do PSD do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Isso sem contar os tucanos, que continuam divididos, apesar de o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin -- prestes a ser eleito por aclamação presidente do PSDB --, ter se manifestado favorável à reforma. Meirelles e Alckmin querem ser candidatos à sucessão de Temer, em 2018, e disputam o apoio dos partidos de “centro” da aliança governista.

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