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Escolha consciente

Por GERENTE DE CARREIRAS DO IBMEC-RJ
Atualização:

A proposta desta coluna sempre foi gerar reflexão sobre aspectos diversos que gravitam em torno da carreira: sucesso, competência emocional, procrastinação, autoempreendimento, autoconfiança e outros não menos importantes. Mas há uma questão que frequentemente permeia a trajetória profissional: a tomada de decisão. No presente artigo, apresento duas situações, nas quais o processo de escolha é vivenciado por boa dose de conflitos, insegurança, ansiedade. Também apresento as possíveis ações que podem, pelo menos, desobstruir o caminho para uma decisão consciente.A primeira situação refere-se à realidade de um jovem ao se deparar com a escolha de sua profissão. Não importa se ele tem 17, 18 anos ou mais, a carga de estresse que se instala no indivíduo durante o vestibular é invariavelmente democrática: em maior ou menor grau todos são invadidos por um turbilhão de emoções provocado pela pressão do tempo, da competitividade e do medo do fracasso. A esse cenário soma-se, muitas vezes, a dúvida sobre que profissão exercer, a incerteza do curso escolhido, a insegurança quanto a sua vocação, o difícil convívio com expectativas familiares. No entanto, é a hora de decidir. Trata-se de seu futuro profissional, do seu propósito de vida, das suas aspirações, uma decisão absolutamente indelegável. Como encarar esta realidade? Com algumas ações necessárias para que no mínimo a escolha seja fundamentada. Ciente que deve ser o arquiteto de seu destino, o jovem deve se abastecer de informações e assumir uma postura investigativa sobre o mundo das profissões: conhecer mercado, visitar as instituições de ensino superior, conversar com profissionais, participar de feiras, enfim entender o universo que circunda o curso que pretende escolher. Uma atitude exploratória de si deve também ser adotada, refletindo sobre: seus reais interesses, as disciplinas que mais se identificou ao longo de sua formação escolar, seus valores, suas habilidades, seus limites. Se for necessário, deve procurar a ajuda de um orientador vocacional. Desta forma poderá confrontar a percepção que tem de si com as exigências reais de uma profissão. A família é um capítulo importante neste cenário, os pais devem atuar como um porto seguro partilhando com o jovem este momento de escolha, aconselhando-o sem serem impositivos e dando acolhimento às suas inseguranças. A composição de todas estas ações pode não garantir uma escolha acertada, contudo dará a consistência necessária para uma decisão consciente.A outra situação onde o processo decisório não se faz tão facilmente e deflagra no indivíduo uma série de dúvidas e boa dose de ansiedade, refere-se à mudança de vínculo empregatício. Por mais que não exista um grande desconforto com o emprego atual, sempre devemos estar atentos ao nosso objetivo de carreira, ao nosso projeto de vida. Questões como reconhecimento, possibilidades reais de crescimento, retorno financeiro, qualidade de vida, devem estar sempre no radar de qualquer profissional. Mas uma pergunta se faz necessária: Chegou a hora de procurar uma nova posição no mercado? Mais uma vez uma postura auto exploratória se faz necessária: o que falta para dar um passo adiante na sua realização profissional? Seu salário está condizente com o mercado? Em que estágio se encontra no seu plano de carreira? Seus valores pessoais e qualidade de vida têm sido respeitados? A rigor, deve enumerar quais são seus objetivos pessoais e profissionais, atribuir uma ordem de grandeza a cada um deles e posteriormente analisar se seu momento profissional atende a estas expectativas. Após esta autoavaliação, deve estar atento à missão, aos valores e modelo de gestão de sua empresa e ter uma postura investigativa sobre os sinais e tendências do mercado para que o somatório destas análises o leve, com segurança e prudência necessárias, a uma escolha consciente.A busca do autoconhecimento aliada a uma atitude exploratória e investigativa do cenário que o circunda, pode não garantir a escolha mais acertada, mas certamente o conduzirá a uma escolha consciente. O processo de decisão envolve quase sempre uma batalha íntima, afinal as escolhas são excludentes. Mas o que fazer? A vida é feita de escolhas e ela nos convida a um movimento o tempo todo.

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