PUBLICIDADE

Publicidade

Eslováquia fica sem petróleo devido à crise com oleoduto

Governo da Rússia e Bielo-Rússia se encontram nesta terça-feira para acordo

Por Agencia Estado
Atualização:

O fornecimento de petróleo à Eslováquia através do trecho sul do oleoduto Druzhba continua interrompido, informou nesta terça-feira Stefan Czucz, chefe da empresa Transpetrol, administradora eslovaca do duto. A distribuição de petróleo foi suspensa na segunda-feira à noite pouco antes das 20h (16h em Brasília). "A situação não variou em relação a segunda-feira à noite", confirmou Kristina Felova, porta-voz da refinaria eslovaca Slovnaft, principal fornecedor de hidrocarbonetos no país. O governo bielo-russo decidiu, na semana passada, impor tarifas de forma retroativa ao petróleo russo que passa pelo seu território. Foi uma reação à iniciativa russa de dobrar o preço do gás fornecido ao país e criar tarifas de exportação para o petróleo. Porém, a companhia russa de transporte de petróleo Transneft denunciou que a Bielo-Rússia iniciou, no sábado, a extração ilegal de petróleo do oleoduto Druzhba, e por isso se viu obrigada a suspender o bombeamento. A refinaria alemã PCK, em Schwedt, continua sem receber petróleo russo nem explicações pela interrupção do fornecimento. Um porta-voz da empresa comunicou nesta terça-feira que, desde o início do corte, por volta das 6h (3h de Brasília) de segunda, "não houve uma comunicação oficial por parte da sociedade que administra o oleoduto". O trecho sul foi atingido logo após a interrupção do fornecimento do trecho norte, que atravessa a Bielo-Rússia em direção à Polônia e à Alemanha. A República Tcheca tem acesso ao petróleo do Mar do Norte através do oleoduto de Ingolstadt (Alemanha). A Agência Internacional de Energia (IEA) afirmou logo após a suspensão no fornecimento que este acontecimento não afeta as reservas petrolíferas européias em um primeiro momento, mas se faz necessária uma rápida negociação entre os governos dos dois países. A IEA, que atua como conselheira política para os 26 países mais industrializados do mundo, afirmou que está em contato com as nações afetadas pela disputa e monitorando de perto a situação nos principais países beneficiados pelo Druzhba - Aalemanha, Polônia e Ucrânia. Negociações Uma delegação governamental bielo-russa comandada pelo vice-primeiro-ministro Andrei Kobiakov chegou na terça-feira a Moscou para uma série de consultas com o governo local, com o objetivo de tentar resolver a disputa. A chegada da delegação foi confirmada pelo serviço de imprensa da embaixada bielo-russa em Moscou. O vice-ministro de Economia da Bielo-Rússia, Vladimir Naidunov, já havia chegado na segunda. A União Européia teme que se repita uma crise como a de janeiro do ano passado, quando a Rússia interrompeu o fornecimento de gás devido a um desacordo sobre preços com a Ucrânia. A Rússia exporta pelos oleodutos bielo-russos cerca de 100 milhões de toneladas anuais de petróleo. Do total, 70% vão para a Polônia, Alemanha e Ucrânia. Outros 30% seguem rumo aos países bálticos.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.