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Espanha: BC sugere suspensão de mínimo

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Por Redação
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O banco central da Espanha pediu nesta sexta-feira a suspensão do salário mínimo em casos específicos, com o argumento de que a revisão da lei trabalhista feita há um ano tornou a economia mais competitiva, mas não estimulou novas contratações.A recomendação do Banco da Espanha reflete a crescente preocupação entre formuladores de política em relação à taxa de desemprego do país, hoje em 27%. Mais de seis milhões de pessoas estão sem trabalho no segundo ano de recessão da Espanha, um milhão a mais que no começo de 2012, quando a revisão das leis deu mais flexibilidade aos empregadores para definir salários. Desde então, diz a autoridade monetária, a parcela de trabalhadores com salários indexados à inflação caiu para cerca de 45%, de um nível tradicional de 60% a 70%, reduzindo os custos de produção e elevando a competitividade dos produtos espanhóis. Na zona do euro, composta por 17 países, apenas a Bélgica tinha um grau mais alto de indexação que a Espanha nos anos anteriores. Cerca de metade dos acordos trabalhistas coletivos assinados no ano passado continha uma cláusula que previa elevações salariais automáticas somente quando a inflação ultrapassasse 2%, informou o banco. Isso e a redução dos ganhos dos funcionários públicos contribuíram para uma queda de 0,3% na média salarial da Espanha, o primeiro recuo em cinco anos, de acordo com o BC espanhol. "O sucesso da lei trabalhista em flexibilizar as regras e conter os salários é positivo", disse o banco central em relatório sobre o estado da economia. "Mas o efeito para o aumento de contratações é insuficiente, embora essa seja muito provavelmente uma área em que as medidas precisam de mais tempo para ser totalmente efetivas."O BC da Espanha apelou ao governo que estude "mecanismos excepcionais para que o salário mínimo não aja como barreira" para a contratação de alguns grupos de trabalhadores. O documento não especifica quais categorias de profissionais o banco tem em mente. Muitos economistas têm defendido salários menores para trabalhadores mais jovens. Mais da metade dos desempregados no país têm menos de 25 anos. A vice-primeira-ministra da Espanha, Soraya Sáenz de Santamaría, respondeu que o governo vai estudar a proposta do banco central. As informações são da Dow Jones.

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