MADRI - O primeiro-ministro espanhol Mariano Rajoy disse que a Espanha não tem outra escolha senão embarcar em uma série de medidas de redução do déficit e reformas econômicas porque o país enfrenta um "novo episódio" de credit crunch na zona do euro, mas acrescentou que a Espanha já fez o suficiente para evitar o resgate.
Em discurso no Forum Econômico Mundial América Latina, Rajoy disse que o gabinete aprovará as reformas na saúde, educação e serviços públicos na reunião dos ministros da sexta-feira, mas não forneceu detalhes.
A Espanha voltou a ser o foco na crise de dívida europeia nas últimas semanas após o governo ter informado que não vai conseguir cumprir com a meta para o déficit orçamentário este ano acordada com a União Europeia, e em meio às crescentes preocupações sobre como a economia da Espanha crescerá e criará empregos.
"Apesar das medidas positivas tomadas recentemente, como o pacto fiscal europeu, estamos vivendo um novo episódio de credit crunch na zona do euro que está nos conduzindo à recessão este ano", afirmou Rajoy.
O governo espanhol espera que a economia do país que começou a registrar contração no final de 2011, para 1,7% este ano, com a taxa de desemprego prevista para atingir 24,3%.
Rajoy disse que o governo está absolutamente comprometido com os cortes no orçamento e com as reformas para tornar a economia espanhola mais flexível e produtiva. "Precisamos desse processo de ajuste para a economia crescer e criar empregos", afirmou ele.
A Espanha se comprometeu em reduzir o déficit orçamentário para 8,5% do PIB em 2011 e para 5,3% do PIB em 2012, em um esforço sem precedentes que levou a cortes no Orçamento e novas arrecadações no valor de € 27 bilhões no Orçamento desde ano. O governo de Rajoy também aprovou no começo desde ano uma reforma trabalhista que torna mais fácil e barato para as empresas demitirem trabalhadores.
Os custos dos empréstimos espanhóis ultrapassaram os 6% e estão agora em recorde de alta desde que o conservador Rajoy tomou posse em dezembro passado. As preocupações com o risco de contágio da zona do euro pressionam as quatro maiores economias da Europa durante há mais de dois anos. As informações são da Dow Jones.