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Especialistas da ONU esperam menos investimento no Brasil

Por Agencia Estado
Atualização:

A instabilidade econômica e as eleições presidenciais devem gerar uma queda de até 30%, em 2002, no fluxo de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, em comparação ao ano passado. Essa é a previsão de especialistas das agências de desenvolvimento econômico da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo eles, o País terá um desempenho bastante abaixo do registrado em 2000, quando o fluxo de investimentos atingiu US$ 32 bilhões. Os economistas em Genebra ressaltam que a queda nos investimentos somente não será maior porque as empresas estrangeiras tomaram decisões, há dois ou três anos, de atuar a longo prazo no Brasil. "Para que uma queda fosse ainda mais acentuada, somente um colapso da economia, o que parece não ser o caso do Brasil", explica um economista da ONU ao Estado. Na avaliação das Nações Unidas, mesmo na Argentina, os investimentos diretos apenas despencaram no último quadrimestre de 2001, embora o país já estivesse em crise desde 1999. "Os investimentos diretos são mais estáveis que outros fluxo de capitais", afirma o economista. De fato, até abril deste ano, os dados de entrada de investimentos estrangeiros no Brasil foram similares aos dos quatro primeiro meses de 2001. "Mas no segundo semestre, a previsão é de maiores dificuldades", afirma o funcionário da ONU. Para as Nações Unidas, um dos fatores que mais assusta os investidores é a transição de poder em um país latino-americano. "A história do continente não favorece o Brasil", reconhece um assessor político da ONU, ressaltando que os casos de mudança de governo seguidos por mudanças radicais nas políticas econômicas acabam sempre sendo lembrados pelos empresários estrangeiros. Na avaliação do diretor de pesquisas da Organização Mundial do Comércio (OMC), Michael Finger, a queda no fluxo de investimentos irá gerar uma pressão ainda maior sobre a exportação, um dos únicos instrumentos que o País contará para evitar um aumento significativo do déficit nas contas do governo. "Não está claro se o Brasil poderá compensar a queda nos investimentos com um aumento substantivo das exportações", completou Finger.

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