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Especialistas estão céticos com medidas para exportação

Por Agencia Estado
Atualização:

Especialistas da área de comércio exterior receberam com ceticismo as declarações do ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral, que anunciou que o Proex-Financiamento passará a atender exclusivamente pequenas e médias empresas. O coordenador da Assessoria Técnica da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), Jovelino Pires, acredita que a iniciativa é "louvável", mas não vai fazer a menor diferença. "Em 2003, o governo manterá o orçamento do Proex igual ao deste ano, o que, em dólares, significará uma redução equivalente à desvalorização deste ano", diz Pires. Além disso, ele calcula que cerca de R$ 800 milhões do orçamento de R$ 1,24 bilhão do ano que vem já esteja comprometido. "Portanto, vão sobrar cerca de R$ 400 milhões para pequenas e médias empresas, que é mais ou menos o mesmo valor deste ano", disse. "Isso é insuficiente para impulsionar as exportações das pequenas e micro." O presidente do Sindicato da Micro e Pequena Indústria do Estado de São Paulo (Simpi), Joseph Couri, espera que as novas regras levem os bancos a direcionar o dinheiro para essas empresas, mas acha isso difícil. Até 31 de outubro, o Proex atendeu 982 empresas, sendo 665 pequenas e médias. O valor total desembolsado foi de R$ 765 4 milhões. O orçamento do Banco do Brasil para a linha, em 2002, é de cerca de R$ 1 bilhão. O BNDES, outra fonte de financiamento desembolsou, neste ano US$ 3,386 bilhões para exportação. Mais da metade, US$ 1,776 bilhão, foi para a Embraer e só US$ 64,5 milhões foram para pequenas e médias empresas. Ao anunciar a medida, Amaral afirmou que, apesar de o programa já atender pequenas e médias empresas, os bancos preferem conceder o empréstimo às grandes. Acontece que a linha Proex Financiamento é operada exclusivamente pelo Banco do Brasil. "Nós adoraríamos repassar o Proex Financiamento, e nos comprometeríamos a destinar empréstimos a pequenas e médias empresas", disse o diretor de câmbio do Unibanco, Angelo Vasconcellos. "O problema é que só o Banco do Brasil opera com a linha Proex Financiamento, e nós só podemos repassar o Proex Equalização."

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