O vendedor Dereck Fischer tem 37 anos e uma preocupação, as travas sobre importações. Na loja de acessorios para celulares que gerencia no centro de Buenos Aires, todos os artigos são estrangeiros.
Os mais comuns são baterias, carregadores e capas para celulares, em geral fabricados na China. "Boa parte do que chega fica preso na aduana em contêineres, sem autorização para entrar. Muito cliente vem com o celular de última geração que comprou em Miami e não temos o acessório", afirma.
Ele acrescenta que os produtos que conseguem autorização passam a ter "preços exorbitantes" em relação ao valor anterior, pois há muita demanda e pouca oferta. "Em um ano, acho que perdemos 50% em vendas."
A presidente Cristina Kirchner apostou em um modelo de susbstituição de importações, com objetivo de proteger a indústria local e fomentar a demanda doméstica. Mauricio Macri, o presidente eleito, colocou entre suas prioridades destravar o comércio exterior.
O futuro ministro da Produção, Francisco Cabrera, confirmou que o governo eliminará as Declarações Juradas Antecipadas de Importação (DJAI), mecanismo usado para controlar a entrada de produtos estrangeiros. A Organização Mundial do Comércio (OMC) condenou seu uso e determinou que fosse suspenso a partir de 1o de janeiro.
A equipe de Macri tenta um prazo de 3 a 6 meses para acabar com a trava, o que Fisher gostaria que ocorresse o quanto antes. "Espero que liberem as importações. Assim podemos melhorar a qualidade de vida para todos. Porque isso basicamente modifica a vida de todo o mundo."
Ele não votou porque é da Patagônia, no sul do país, mas teria escolhido Macri.