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Esporte radical famoso em comerciais causa polêmica e mortes

Homens voadores fazem sucesso em propagandas e filmes na internet, mas causam inquietação na França

Por Efe
Atualização:

PARIS - O "wingsuit", um esporte ultra radical que consiste em planar sobre o perfil de uma montanha a 160 quilômetros por hora com um traje com membranas que formam asas presas ao corpo, causa inquietação na França após a morte de cinco 'homens pássaro' neste verão, três deles nos últimos dias. Parte do atrativo do esporte é voar com uma pequena câmera fixada ao corpo para gravar o salto e distribuir as imagens na internet, em sites como o Youtube e o Dailymotion.

Várias empresas já contrataram os voadores para gravar comerciais buscando associar suas marcas a valores como desafio, precisão e liberdade, mas os acidentes recentes associam o esporte a acidentes trágicos e sempre fatais.

Perigo. "É espetacular, produz imagens muito bonitas, mas é muito perigoso", afirma Jean-Michel Poulet, diretor técnico da Federação Francesa de Paraquedismo, organismo que não reconhece o "wingsuit" entre suas disciplinas. Um alemão, um polonês, um britânico e dois franceses perderam a vida na França desde o dia 26 de julho. O paraquedista que foi dublê do agente secreto James Bond na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, Mark Sutton, também foi vítima do esporte. O dublê voador de 007 se chocou no último dia 14 de agosto contra uma colina rochosa dos Alpes suíços, após saltar de um helicóptero a 3 mil metros de altura, o que gerou dúvidas sobre um esporte desconhecido para o grande público que causa cerca de vinte mortos por ano no mundo.

Preços. Os praticantes do "wingsuit" deixam-se cair vestidos em um traje que lhes fazem parecer morcegos e que custa entre 500 e 1,5 mil euros (de R$ 1,6 mil a R$ 4,8 mil). Parte da beleza do salto, que dura cerca de dois minutos a velocidades que podem chegar a 200 quilômetros por hora, reside em voar muito próximo ao contorno das montanhas por muitos quilômetros, antes de aterrissar de para-quedas. "Planam muito próximo às árvores e ao solo como pássaros", explica Poulet, que insiste em que trata-se de uma prática muito perigosa e apenas recomendada a paraquedistas experientes. O "wingsuit" (traje alado) só é recomendado para os que estão convictos da sua sólida experiência como paraquedistas, com pelo menos 500 saltos de queda livre convencional ou 200 saltos nos últimos 18 meses. A menos que queiram praticar com o apoio da Federação, que não apoia saltos nas imediações de montanhas, onde ocorrem a maioria dos acidentes.

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