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Esquerda européia critica posição da UE sobre Argentina

Por Agencia Estado
Atualização:

Os grupos de esquerda do Parlamento Europeu censuraram o apoio da União Européia (UE) as resoluções do Fundo Monetário Internacional (FMI) como solução à crise argentina em uma avaliação feita, em sessão plenária, hoje à tarde, em Bruxelas. Entretanto, o balanço geral foi positivo quanto aos resultados da II Cúpula América Latina, Caribe e Europa, ocorrida em Madri, nos dias 17 e 18 de maio. Representantes dos Grupos Esquerda Unitária (IUE) e dos verdes afirmaram que a referência feita no "compromisso de Madri", documento final da Cúpula, indicando que a Argentina apóie as negociações com o FMI, é inaceitável, quando "se sabe hoje em dia que o FMI é a causa da crise". "O que dirão os argentinos quando lerem a declaração?, que os europeus são tão cínicos quanto os americanos", garantiu a eurodeputada do grupo dos verdes, Monica Frassoni. A eurodeputada disse também que a Cúpula foi "impermeável quanto à sociedade civil", considerando que os compromissos em matéria comercial "são pura retórica". O eurodeputado Pedro Marsé (IUE) lembrou que os países membros da UE são maioria no FMI, mas não conseguiram impor uma posição distinta sobre a Argentina. Ele reforçou as "omissões da Cúpula", chamando atenção para a situação da Guatemala e do resto da América Central, quando "voltaram os ataques à liberdade de expressão e aos defensores dos Direitos Humanos". Cuba e Venezuela Os grupos de esquerda também lamentaram que os líderes euro-latino-americanos ignoraram na Cúpula a situação da Venezuela e de Cuba. Julgaram "pouco eficaz" a reação da UE frente os acontecimentos de abril na Venezuela e manifestaram que a "situação na Colômbia precisa de paz e negociação, e não de listas", em referência a possível incorporação da guerrilha Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), na lista européia de organizações terroristas. Entretanto, o comissário europeu de Justiça e Interior, Antonio Vitorino, representando a Comissão Européia na sessão plenária, considerou que "Madri demonstrou que a associação biregional é muito mais um Forum de discussão" e valorizou que foi uma oportunidade para que os chefes de Estado e governo "confirmasseM suas convicções de que o enfoque multilateral é a melhor solução para enfrentar os problemas do mundo". O secretário de Estado ibero-americano, Miguel Ángel Cortés, em nome da pesidência espanhola, fez um balanço positivo da Cúpula. Destacou o compromisso de cooperação entre os blocos contra o terrorismo e o narcotráfico, ratificou a importância da conclusão do acordo de associação fechado recentemente com o Chile, lembrou o empenho firmado para a continuação das negociações com o Mercosul e ainda, "a abertura de um horizonte" de negociações com a Comunidade Andina e com a Améerica Central. Cortês salientou que todos devem levar em conta de que a II Cúpula foi realizada em um momento internacional desfavorável, citando "as dificuldades econômicas, consequência do 11 de setembro, e ainda as dificuldades na Venezuela, Colômbia e principalmente, na Argentina". Em consequência destas "dificuldades", o secretário espanhol julgou que a Cúpula "abriu uma nova etapa nas relações biregionais e que a próxima Cúpula, marcada para 2004, no México, dá garantia de continuidade ao processo de integração". José Ignacio Salafranca, presidente do Grupo Popular Europeu, majoriatário no Europarlamento, afirmou que "dadas as circunstâncias, a Cúpula obteve resultados consistentes entre o que é possível e o que é desejado". Os eurodeputados votarão, amanhã, as cinco resoluções sobre os resultados da Cúpula de Madri. Com toda probabilidade, adotarão o texto apresentado conjuntamente pelos Grupos Popular, Socialista, Liberal e Europa das Nações, onde ratificam os objetivos acordados na Cúpula, com a ressalva de que a UE deva se comprometer financeiramente com a execução financeira dos compromissos firmados.

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