
27 de agosto de 2010 | 00h00
Se quiser cumprir a meta fiscal do ano, o governo terá de fazer em apenas cinco meses um superávit primário de R$ 50,24 bilhões. São mais de R$ 10 bilhões de esforço fiscal por mês até o fim do ano, num cenário em que o governo vem acelerando as despesas.
Apesar das repetidas declarações do secretário do Tesouro, Arno Augustin, de que o governo vai cumprir a meta sem o uso do mecanismo que permite o abatimento das despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), os números divulgados ontem mostram um cenário cada dia mais difícil para as contas públicas.
O cenário tem um complicador a mais, porque as estatais federais não devem cumprir a meta de superávit prevista para essa esfera de governo, de 0,20% do PIB. A área econômica já dá praticamente como certo que as estatais não vão atingir a meta, o que em tese exigiria um esforço adicional do governo central para que a meta cheia de 3,3% do PIB de superávit prevista para o todo o setor público seja cumprida, sem abatimentos.
Nos bastidores do governo, o que se discute agora é se o governo deve tirar da cartola mais uma "mágica" para cumprir o superávit, como fez no ano passado. O "jeitinho sempre existe. É só decidir", garante um integrante do governo. O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, já deu indicações esta semana de que o governo deve recorrer ao abatimento. Poderá ser necessário abater cerca de R$ 14 bilhões.
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