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Estagnação e queda de renda na América Latina

Somado, o PIB sul-americano deverá registrar neste ano contração de 0,2%, de acordo com as estimativas da Cepal

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Por Redação
Atualização:

Se for confirmada a projeção da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal) de crescimento médio de 0,1% da economia da região neste ano, a renda per capita regional terá acumulado redução de 4% entre 2014 e 2019. Isso significa diminuição média de 0,8% por ano.

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A nova projeção, divulgada na última segunda-feira, é menor do que a anterior, de 0,5%, o que já mostrava uma região estagnada. Para 2020, a projeção é um pouco melhor, de expansão de 1,4% do Produto Interno Bruto (PIB) da região.

“Com isso, seriam sete anos em que a América Latina e o Caribe permaneceriam num patamar de baixo crescimento, o que por sua vez se traduz em deterioração dos níveis médios de renda per capita”, diz, em nota, a instituição, vinculada à ONU.

A desaceleração econômica se estende a quase todos os países (17 de 20 que compõem a região). A América do Sul está pior do que a média da região. Somado, o PIB sul-americano deverá registrar neste ano contração de 0,2%, de acordo com as estimativas da Cepal.

Os países em situação mais grave são a Venezuela, mergulhada em dramática crise institucional e social, cuja economia deverá registrar redução de 25,5%; e a Argentina, com queda de 3,0%.

A projeção para o PIB brasileiro feita pela Cepal, de crescimento de 0,8% neste ano, é bastante próxima da predominante entre economistas do Brasil (0,9%). Para 2020, a Cepal projeta crescimento de 1,7% do PIB brasileiro e de 1,3% do PIB da América do Sul.

As economias da Argentina (-1,3%) e da Venezuela (-14,0%) continuarão encolhendo.

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Os motivos para desempenho tão fraco são conhecidos. “A dinâmica da atividade econômica na América Latina e no Caribe ocorre num contexto em que a economia global reduziu sua contribuição para o crescimento da região em 2019, situação que provavelmente será mantida no próximo ano”, diz o comunicado da Cepal.

Em resumo, isso quer dizer que a redução do volume do comércio global e a queda da atividade econômica no resto mundo estão afetando fortemente a demanda de produtos originários da América Latina. Além disso, caem os preços das principais matérias-primas exportadas pelos países latino-americanos e caribenhos.

O comunicado não faz referência às recentes crises políticas em países da região.

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