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Estagnação no varejo tende a persistir

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Por Redação
Atualização:

Os resultados pouco expressivos do comércio varejista em junho - crescimento de apenas 0,5%, em relação a maio, e de 1,7%, em relação a junho de 2012, segundo o IBGE - confirmam a diminuição do poder aquisitivo dos consumidores e sugerem que as famílias evitam até os gastos em itens essenciais. É o caso da diminuição de despesas nos híper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com queda de 0,4%, em relação a maio, e de 0,8%, comparativamente a junho do ano passado. Com reduções de vendas em abril e junho, pode-se dizer que o varejo está estagnado.O que evitou o recuo no volume de vendas foi o crescimento de itens como combustíveis e lubrificantes, veículos, motos, partes e peças (com peso de 48% nos dados de junho), móveis e eletrodomésticos, livros, jornais, revistas, papelaria, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, perfumaria e cosméticos e material de construção.Segundo a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), o consumo de combustíveis camuflou o comportamento insatisfatório do comércio.O comércio restrito, que exclui veículos e material de construção, teve comportamento pior do que o do comércio ampliado (que agrega esses itens e cresceu 1%, no mês, e 6,4%, em relação a junho de 2012).Mas mesmo o consumo de produtos de maior valor dá sinais de desaceleração, mostrando que a disposição de compra do consumidor não se restringe às famílias de menor renda, alcançando, aos poucos, também a classe média.A comprovação do enfraquecimento do comércio é mais evidente no longo prazo: o crescimento de 8,4%, no ano passado, foi reduzido para apenas 5,5%, nos últimos 12 meses, até junho, e é projetado em 4,5% neste ano, pela consultoria LCA. No início de 2011, o ritmo anual de crescimento do varejo chegou a superar os 12%.Entre as análises divulgadas ontem, as áreas econômicas do Bradesco e do Itaú ressaltaram que o comportamento do segundo trimestre foi melhor que o do primeiro trimestre, em que houve queda de vendas. Para 2014, a LCA revisou para baixo as estimativas de recuperação do comércio, de 5,5% para 5%. Porcentual inexpressivo num ano em que a presidente deverá tentar a reeleição.Para se recuperar, o comércio depende de hipóteses improváveis: que o consumidor se endivide mais ou que a inflação decline muito, apesar da desvalorização do real.

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