
18 Dezembro 2014 | 02h04
O setor de serviços depende do comportamento da indústria, que está em queda, e do comércio, quase estagnado. Também depende da renda das famílias, que contratam os serviços. Segundo o IBGE, as eleições ajudaram a derrubar o setor, pois as TVs perderam publicidade em razão do horário político.
A redução do crescimento dos serviços prestados às famílias - de 9%, em agosto, para 7,7%, em setembro, e 6,8%, em outubro, sempre em relação a igual mês de 2013 - é indicativa de que as pessoas cortam despesas, com poucas exceções, como a da alimentação fora do domicílio.
Entre as áreas que mais contribuíram para os resultados inexpressivos do setor de serviços estão os transportes terrestres e aéreos e o correio, este sob a concorrência da internet. Mas o crescimento dos serviços de informação e comunicação, que mais pesam na Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, também foi fraco, com aumento de receita nominal de apenas 2,1% entre outubro de 2013 e outubro de 2014. Na mesma base de comparação, os serviços audiovisuais, de edição e agências de notícias registraram queda anual de 1,6%.
A situação do setor só não é pior porque, em parte das atividades, há pouca concorrência. Os contratantes evitam trocar prestadores de serviços de segurança e vigilância, limpeza de prédios e de domicílios, teleatendimento e gestão de meios de pagamento (transferências de fundos). Estes estão incluídos nos serviços profissionais, administrativos e complementares, com elevado peso na PMS e cuja receita cresceu 11,3% entre os meses de outubro de 2013 e de 2014 e 8,4% em 12 meses.
Os últimos indicadores sobre o crescimento do PIB são fracos, devendo afetar os serviços neste fim de ano. Um pequeno alívio - transitório, provavelmente - só deverá ocorrer no período de férias, nas áreas turísticas, e em razão do reajuste anual do salário mínimo.
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