PUBLICIDADE

Publicidade

Estaleiro Atlântico Sul faz acordo com Mitsui

Parceria é anunciada um mês após a Petrobrás suspender os contratos de 16 navios, por causa dos atrasos e da falta de um sócio com domínio tecnológico

Por SERGIO TORRES /RIO
Atualização:

Responsável pela construção de 22 petroleiros contratados pela Petrobrás Transporte (Transpetro), o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) anunciou ontem a assinatura de um contrato com seu novo parceiro tecnológico, o grupo japonês Mitsui. Por falta de parceiro e pelos atrasos, a subsidiária da Petrobrás suspendeu há um mês os contratos de 16 navios firmados com o estaleiro. De acordo com a nota divulgada pela EAS, o novo parceiro atuará como estaleiro consultor e "prestará serviços de consultoria técnica de operações para todas as embarcações produzidas no estaleiro, incluindo os navios-sondas". A participação do Mitsui no EAS se dará por meio da IHI Marine United Inc. (IHIMU) - Divisão de Construção Naval Offshore da Ishikawajima-Harima Heavy Industries, sediada no Japão e controlada pelo grupo. "A IHIMU tem pleno conhecimento do mercado brasileiro, graças à experiência adquirida por meio da gestão e operação do estaleiro Ishibras, que atuou durante 35 anos no País, utilizando avançado know-how japonês de construção naval. Ao longo desse período, a Ishibras deu uma contribuição decisiva para o desenvolvimento e expansão do setor no Brasil", informa o EAS no comunicado. Com sede no porto de Suape (Ipojuca, município no litoral sul de Pernambuco), o EAS é um estaleiro chamado de virtual, por estar sendo construído simultaneamente às embarcações encomendadas. Pelo menos por enquanto, a opção da Transpetro pelo estaleiro demonstra não ter sido a ideal. Primeiro navio entregue pelo EAS, o João Candido ficou pronto dois anos após o prazo acertado com a subsidiária da Petrobrás. Após a entrega do João Candido, a Transpetro anunciou a suspensão dos 16 dos 22 contratos de construção das embarcações, que integram o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) do governo. Os outros seis contratos foram mantidos porque a coreana Samsung, antiga parceira tecnológica, manterá a assistência aos projetos. A suspensão vigorará até 30 de agosto e não deverá ser suspensa por causa da contratação do novo parceiro. Isso porque, ao suspender os contratos, a Transpetro listou três razões para a medida. A primeira delas, o acordo com parceiro de notória especialização e experiência na indústria naval, parece ter sido resolvido. Mas faltam dois aspectos a serem acertados, conforme divulgou em maio a subsidiária da Petrobrás. São eles a apresentação pelo EAS de um plano de ação e de um cronograma confiáveis de construção dos navios e a apresentação de um projeto de engenharia compatível com as especificações técnicas presentes nos contratos. A Transpetro anunciou à noite que não faria comentários a respeito da contratação do grupo Mitsui pelo EAS.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.