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Estaleiros devem construir 36 petroleiros para a Venezuela

Por Agencia Estado
Atualização:

O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Construção Naval (Sinaval), Ariovaldo Rocha, informou na terça-feira que cinco estaleiros brasileiros estão prestes a fechar contratos de cerca de US$ 3 bilhões para a construção de 36 petroleiros para a estatal venezuelana PDVSA. Representantes do setor vão a Caracas na semana que vem para uma reunião, agendada para 13 de março, com o presidente venezuelano, Hugo Chávez, onde esperam acertar os detalhes da encomenda. Segundo Rocha, já está definido que os navios serão construídos no Brasil, mas as partes ainda têm de negociar preços e prazos. A construção dos petroleiros em estaleiros nacionais faz parte de um acordo negociado com o governo da Venezuela pela ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, na época em que ocupava o Ministério de Minas e Energia. Rocha disse que, salvo qualquer mudança brusca de rumos, os navios serão construídos pelos estaleiros Atlântico Sul (em Pernambuco), Itajaí (em Santa Catarina), Keppel Fels, Estaleiro Ilha S.A. e Mauá Jurong (no Rio). A PDVSA vai encomendar navios também na Argentina, que deve ficar com cinco embarcações, e na Espanha, com duas. Das 36 embarcações destinadas ao Brasil, 28 serão feitas integralmente no País e oito serão finalizadas em estaleiros venezuelanos sobre cascos construídos aqui. O acordo prevê a troca de tecnologia entre os estaleiros dos dois países. Rocha informou que o Sinaval fez um acordo com a Usiminas para reduzir em 30% o preço do aço destinado à construção de navios. O presidente do Sinaval informou que, em conjunto com os 26 navios licitados pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, a encomenda venezuelana tem potencial para agregar 10 mil trabalhadores ao setor, que hoje emprega cerca de 40 mil pessoas. O sindicato avalia que a indústria naval receberá encomendas de até US$ 5,5 bilhões nos próximos anos, incluindo os navios da PDVSA e da Transpetro e embarcações de apoio a plataformas petrolíferas. Ele rebateu críticas de que a indústria nacional tem cobrado altos preços na licitação da Transpetro - o próprio presidente da estatal, Sérgio Machado, chegou a afirmar que as primeiras propostas abertas, feitas pelo Mauá-Jurong, representavam o dobro do preço cobrado no mercado internacional, que giraria em torno dos US$ 40 milhões. Segundo Rocha, porém, um navio do mesmo porte custa hoje mais de US$ 50 milhões, em média. O executivo admitiu, no entanto, que o preço inicial deve ficar acima das cotações internacionais, já que o Brasil não vem fabricando navios de grande porte há mais de uma década. "Mas a idéia é de que os preços sejam reduzidos à medida que a indústria ganhe escala", afirmou, acrescentando que movimento semelhante ocorreu no mercado de barcos de apoio, que também teve incentivo da Petrobras. No final da década passada, segundo ele, as embarcações deste tipo chegaram a custar 40% a mais do que no mercado externo, mas hoje já são mais baratas.

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