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Estamos a mil por hora para focar a Petrobrás na extração, diz Guedes

O ministro da Economia afirmou ainda que confia no sucesso do governo Bolsonaro por perceber um amadurecimento do Congresso

Por Denise Luna (Broadcast) e Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta sexta-feira, 26, que o governo está acelerando as privatizações para conseguir manter os programas sociais. Em palestra com auditório lotado na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ), Guedes afirmou ainda que a Petrobrás também tem feito suas vendas para focar na extração do petróleo, que, segundo ele, foi deixado no fundo do mar e em alguns anos pode não valer mais nada.

"O petróleo está no fundo do mar, pode ser que daqui a 20 ou 30 anos o carro vai ser elétrico e o petróleo pode ficar sem valor. Então, estamos trabalhando a mil por hora para focar a Petrobras na extração do petróleo", afirmou Guedes.

Ministro da Economia, Paulo Guedes, diz confiar no sucesso do governo Bolsonaro Foto: Adriano Machado/REUTERS

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Jair Bolsonaro

O ministro da Economia afirmou que confia no sucesso do governo Bolsonaro por perceber um amadurecimento do Congresso e confiar integralmente no mandatário da nação. Segundo Guedes, Bolsonaro "não sabe falar inglês, mas é um homem de bons princípios".

"Acredito no presidente (Bolsonaro), ele é um homem de coragem, de determinação e de princípios morais". Segundo ele, se preocupam com maus modos de Bolsonaro, mas "está cheio de gente por aí com ótimos modos e péssimos princípios", disse durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) arrancando risadas e aplausos da plateia formada por empresários.

Ele afirmou também que confia no Congresso Nacional para aprovar as matérias que o governo tem interesse, como da Previdência e Tributária, avaliando que o parlamento também amadureceu. "Somos uma sociedade em amadurecimento", afirmou.

Crescimento

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Paulo Guedes disse ainda que não existe recuperação rápida para a retomada de crescimento da atividade econômica no País, mas que o governo está agora no caminho certo da recuperação.

Segundo Guedes, o Brasil foi perdendo a dinâmica de crescimento ao longo das últimas décadas. "Isso (a perda de dinamismo) não é coisa rápida. Também não tem recuperação rápida. Mas vai dar certo, porque estamos fazendo o caminho inverso (ao dos governos anteriores)", discursou Paulo Guedes para empresários, em evento na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ).

Guedes criticou a política econômica de seus antecessores e afirmou que o principal responsável pela desaceleração do Produto Interno Bruto brasileiro foi o crescimento descontrolado de gastos públicos.

"Nunca o combate foi frontal ao desarranjo, que eram os gastos públicos excessivos", diagnosticou o ministro.

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Ele lembrou que os gastos públicos como proporção do PIB alcançaram o pico no governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mas que o governo do presidente Jair Bolsonaro tem conseguido reverter a tendência já nesses primeiros seis meses de gestão, aprovando a reforma da Previdência e destravando o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia.

Um dos focos do governo foi lidar com a "bomba demográfica", disse Guedes, que defendeu a aprovação do sistema de capitalização, conforme sugerido pela equipe econômica.

"Por que o pobre não pode capitalizar seus recursos também?", questionou. "No momento que o Congresso aprovar que não há capitalização, não há capitalização", reconheceu.

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Energia

O ministro também afirmou que o "choque de energia barata" buscado pelo governo, que pretende reduzir o preço das tarifas residenciais e empresariais, tem capacidade para promover uma reindustrialização do Brasil. "A energia barata pode permitir reindustrializar o País. Podemos conseguir mais 10% de PIB [Produto Interno Bruto] industrial ao final de dez anos", discursou Guedes para empresários na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). "A própria Vale falou que se cair [o preço da tarifa] eu compro 30 anos de energia", comentou. Segundo o ministro, um estudo feito pelo economista Carlos Langoni - diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getulio Vargas e conselheiro informal de Guedes - aponta que o preço do gás pode cair em 40% em dois anos. Guedes comemorou algumas boas notícias dos primeiros sete meses de governo, como avanços em negociações internacionais e acerca da cessão onerosa, além da queda nos juros, medidas em prol da competitividade e liberação de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). "Ao contrário de Temer, que soltou só [contas] inativas, estamos soltando também as ativas", ponderou Guedes. "A gente não quer atingir a construção civil. Calculamos [o limite de saque] exatamente para não pegar a construção civil", completou. Presente ao evento, o governador do Estado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, complementou a defesa de Guedes sobre redução de tarifas e privatizações. "Sou obcecado por energia barata, sou um dos maiores obcecados por privatizar", afirmou o governador, dizendo que avançará com a privatização da Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) assim que for concluída a mudança no marco regulatório do setor.

Pacto federativo e reforma tributária

Para o segundo semestre deste ano, o ministro disse que  o governo vai fechar o pacto federativo, que dá maior autonomia aos Estados, e aprovar no Congresso a reforma tributária, o que vai deve ajudar a destravar a economia. Ele deu como exemplo de problema das amarras orçamentárias, que também atingem o governo federal, informando que o ministro da Justiça, Sergio Moro, quer R$ 500 milhões para a Força de Segurança Nacional, mas tem R$ 1,5 bilhão para construir penitenciárias e não pode utilizar esses recursos para outra finalidade. "Ele não pode colocar a mão, quem disse que ele quer fazer penitenciária? Não pode isso...", declarou o durante palestra na Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ). Segundo o ministro, "para ver onde chegou o manicômio tributário", as igrejas não podem ser tributadas, mas gastam dinheiro para poder manter o governo informando das suas contas. "A multa se a igreja não informar é de R$ 40 mil", informou. Ele reafirmou a intenção do governo de "disparar o canhão da privatização", e, sem dar detalhes, disse que "vem empresa grande por aí".

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