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"Estamos afinados e no mesmo barco", diz Alencar sobre Palocci

Por Agencia Estado
Atualização:

O vice-presidente José Alencar amenizou hoje as críticas à política econômica do governo após encontro com o ministro da Fazenda, Antonio Palocci. "Estamos rigorosamente afinados, no mesmo barco", afirmou, sobre as divergências em relação aos juros. O vice-presidente afirmou que o País, com o governo Lula, reconquistou a credibilidade no exterior e diminuiu em um terço o risco País. Segundo ele, Palocci e o presidente Lula "recuperaram essa credibilidade". De acordo com Alencar, isso ocorreu devido à "justeza" em relação ao mercado, o que levou à redução do risco Brasil. Depois que o ministro Palocci deixou o Palácio do Planalto, Alencar disse: "O Brasil precisa voltar a crescer e fazer investimentos e para isso precisa haver condições". Ele avaliou que o terreno está sendo preparado para o crescimento. "Nunca deixei de aplaudir as medidas tomadas pelo ministro Palocci. Eu sempre falei e continuo dizendo: é preciso criar um clima que leve os brasileiros a acordar para os problemas dos custos de produção", disse. Filosofia Ao ser perguntado se mantinha a mesma posição sobre as críticas ao Banco Central, Alencar afirmou nunca ter pronunciado a palavra Copom. ?Falei que a decisão deve ser política. Agora, as decisões filosóficas ou políticas são do político", afirmou. Indagado se Palocci concordava com uma decisão política, o vice-presidente respondeu que o ministro nunca discordou que o Brasil precisa voltar a crescer, criar emprego e distribuir renda. "Estou procurando ajudar o Brasil a sair dessa situação, mas não vamos sair dela por meio de políticas heterodoxas, mas de políticas clássicas". O vice de Lula acabou cometendo ato falho, chamando Palocci de presidente. ?Assino qualquer medida posta pelo presidente Palocci, que é um craque", disse. Ele afirmou que Palocci é um homem de bem e que não tem dúvida de que o Brasil está "muito bem entregue". Despropósito Alencar criticou a taxa de risco do país, que está um pouco abaido dos 800 pontos. Para ele, ela é um "despropósito" em relação ao que o País representa. "O Brasil é riquíssimo em recursos naturais e humanos, tem suas instituições democráticas consolidadas e deu uma lição ao mundo com a vitória do Lula", disse. O vice lembrou que taxa de risco já caiu a 1/3 com o trabalho de Palocci e do presidente Lula. "Risco Brasil e 1/3 está bom? Não. É altíssimo. Nós não podemos concordar com ele", disse. O vice-presidente disse que o Brasil é hoje um País respeitado e que não pode adotar medida heterodoxa ou irresponsável. "É preciso retomar o desenvolvimento. É preciso retomar a geração de emprego e distribuição de renda", afirmou. Segundo ele, esses foram os assuntos que os dois mais conversaram no encontro de hoje. Cruzada Ao ser questionado se iria continuar a cruzada contra os juros, Alencar disse que essa foi uma palavra que adotou ontem, num discurso para empresários do Brasil inteiro, na Bahia. Alencar disse que muito antes disso já tinha publicado artigo, no qual manifestava todas as suas preocupaçõpes. "Eu procurei enfatizar um fato que vocês conhecem. Nós tivemos no fim do ano passado uma ameaça de recrudescimento da inflação. Aquela ameaça foi realmente uma das razões pelas quais o governo tinha que adotar uma política austera no campo monetário", disse Alencar, sem comentar se pretende ou não dar continuidade à cruzada contra os juros. O encontro do ministro com o vice-presidente durou cerca de uma hora e meia. À saída do encontro, que foi bastante tumultuada pela presença de muitos jornalistas, Alencar fez questão de acompanhar Palocci até o seu carro e ainda dar-lhe um abraço.

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