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Estamos num bom caminho, diz Furlan sobre a Alca

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro do Desenvolvimento, Luiz Fernando Furlan, negou que o Brasil esteja com má vontade em relação à implantação da Área de Livre Comércio das Américas (Alca): "O que nós não queremos é embarcar na Alca deles", afirmou o ministro durante entrevista ao programa Espaço Aberto, da Globo News. "Nós não queremos ser o tocador de bumbo da orquestra em que o maestro manda tocar o bumbo: nós queremos também participar da composição e da partitura", assegurou Furlan. "Nós vamos participar, estamos participando, mas temos uma voz ativa como não-coadjuvante. E negociação internacional não se ganha na mídia, não se ganha fazendo bravata na imprensa, ganha-se na mesa de negociação com argumentos, com concessões e também com resultados. E nós estamos num bom caminho." Furlan disse ainda que quatro fatores contribuíram para o aumento dos superávits do comércio exterior, tendo alcançado um valor acumulado de US$ 23 bilhões nos últimos 12 meses, mais do que o dobro do resultado de um ano atrás. "Nós realmente tivemos uma supersafra, realmente temos um mercado interno andando devagar, temos também preços dos commodities em boas condições e temos também um esforço exportador de diversificação de mercados", descreveu o ministro. Furlan salientou que tem havido um incremento na promoção comercial no exterior, na diversificação de pautas e no engajamento de pequenas empresas exportadoras. "O resultado de tudo isto são esses números que nós estamos comemorando." Ganhos de produtividade O ministro destacou também que esse sensível aumento das exportações ocorreu dentro de um período desfavorável do câmbio para as vendas externas. "O que nós estamos vendo é que a competitividade brasileira continua se mantendo, mesmo com o dólar oscilando na faixa de R$ 3", destacou. "Olhando em termos reais, descontando a inflação, nós temos um dólar perto de R$ 2,50 contra R$ 3,50 de um ano atrás". O ministro do Desenvolvimento justificou esse aparente paradoxo pelo aumento da produtividade das empresas brasileiras: "Há uma resposta muito clara de ganho de competitividade, o que não tem a ver com recessão: tem a ver com investimentos que as empresas estão fazendo", frisou. "Muitas empresas entenderam concretamente que não se pode viver somente de mercado interno, que o mercado externo é um componente importante para dar escala à produção."

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