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Estatais do setor elétrico defendem mudanças expressivas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os presidentes das principais empresas estatais do setor elétrico, reunidos hoje no Rio, não quiseram detalhar as sugestões que pretendem encaminhar ao governo federal para reformular o setor, mas deixaram transparecer que defendem mudanças expressivas em relação ao modelo atual. O presidente da Chesf, Dilton da Conti Oliveira, acredita que o modelo de quatro etapas - com atividades diferenciadas de geração, transmissão, distribuição e comercialização - tende a desaparecer, já que o novo governo definiu que "energia não é mercadoria". Por isso, segundo ele, não se justifica montar um sistema concorrencial. O presidente de Furnas, José Pedro Rodrigues de Oliveira, disse que a atividade de transmissão hoje gera prejuízo para a estatal "porque foi desenhado por quem não entende do setor hidrelétrico". Ele defende que a transmissão é "vital" para o setor e precisa ser bem remunerada. Segundo informações da empresa, a atividade de transmissão gerou prejuízos de R$ 334 milhões à Furnas até setembro do ano passado, enquanto a geração deu lucro de R$ 635 milhões. Excedente O Ministério das Minas e Energia deve receber na semana que vem documento preparado pelo Conselho Superior do Sistema Eletrobrás (Consise), formado pelos presidentes das empresas controladas pela estatal, com as sugestões para a reestruturação do setor. A remuneração da energia excedente foi o principal ponto tratado no documento a ser apresentado pela Eletrobrás ao Ministério. Segundo o diretor de Engenharia e Meio Ambiente da Eletrobrás, Walter Cardeal, o documento seguiu duas direções principais. A primeira delas tratou de sugestões para o novo modelo energético. A segunda alinhou os principais pontos emergenciais, no qual mereceu destaque o problema da sobra de energia. A estimativa do grupo de trabalho é que existam hoje "sobrando" cerca de 6 mil MW médios anuais, ou 25% da capacidade nacional. Somente a maior controlada da Eletrobrás, Furnas Centrais Elétricas, possui 1.800 MW médios sobrando, o que deve acumular um prejuízo de R$ 700 milhões. "Há uma necessidade clara e emergencial de resolver esta questão", afirmou o presidente da Eletrobrás, Luiz Pinguelli Rosa.

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