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Estatais investiram 15,7% menos em 2014

Dados indicam que, além da redução, houve também desaceleração no ritmo das obras

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Por Redação
Atualização:

Em meio ao escândalo de desvios de verbas e corrupção na Petrobrás, as empresas controladas pelo governo federal terminaram o ano de 2014 com um volume de investimentos 15,7% menor do que o verificado no ano anterior. É o que mostra relatório publicado ontem pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest) do Ministério do Planejamento.

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As estatais investiram R$ 95,64 bilhões na comparação com os R$ 113,49 bilhões registrados em 2013. Os dados mostram que, além da redução do volume, houve também uma desaceleração no ritmo das obras em relação ao orçamento. No ano passado, o total investido correspondeu a 86% das verbas disponíveis. Um ano antes, o índice de realização havia atingido 92,1%.

O governo atribui essa desaceleração ao ciclo de duração das grandes obras em infraestrutura. Os investimentos teriam atingido seu pico em 2013, mas os aportes foram naturalmente reduzidos com a conclusão de etapas importantes de empreendimentos, como a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, por exemplo.

Isso também explicaria o fato de o governo haver proposto, para 2015, um orçamento de investimentos das empresas estatais de R$ 105,7 bilhões - ligeiramente menos do que os R$ 105,9 bilhões originalmente propostos para 2014.

Lava Jato.

Na área técnica, porém, admite-se que as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal desaceleraram as decisões na Petrobrás, que respondeu, sozinha, por 85,2% de todo o investimento das empresas estatais no ano passado. Com isso, a execução caiu. Em 2014, a petroleira executou 90% de seu orçamento, ante 96,5% em 2013.

A proposta do orçamento de 2015 contempla uma queda de R$ 1,1 bilhão nos investimentos da Petrobrás, explicada principalmente pela conclusão de etapas da Refinaria Abreu e Lima. E a presidente da empresa, Graça Foster, já indicou que os investimentos serão reduzidos este ano. Na área de exploração, disse ela, eles serão reduzidos ao mínimo possível.

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Eletrobrás.

A desaceleração não atingiu apenas a Petrobrás. Ela pode ser notada também no grupo Eletrobrás, sócio de grandes empreendimentos no setor elétrico. Os investimentos realizados no ano passado foram de R$ 6,269 bilhões, ante R$ 7,218 bilhões em 2013. Também a taxa de realização recuou de 82,7% para 70,5%.

Da mesma forma, a estatal Infraero, a cargo da qual estão obras em diversos aeroportos, investiu no ano passado R$ 1,424 bilhão, o equivalente a 74,9% do orçamento disponível. No ano anterior, havia sido R$ 1,64 bilhão, o que significou uma realização de 80,8% do orçamento.

No setor financeiro, a Caixa aplicou R$ 1,8 bilhão, ou 81,9% do total de R$ 2,3 bilhões. O Banco do Brasil investiu R$ 1,9 bilhão (62,8%) do valor global de R$ 3,1 bilhões. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) executou 64,9% de seu orçamento de R$ 52 milhões para o ano, um gasto de R$ 33,9 milhões.

O documento ainda revela que a maior parte dos investimentos das estatais em 2014 foi destinada à Região Sudeste (28,2%), seguida pelo Nordeste (12,8%), Sul (2,4%), Norte (1,9%) e Centro-Oeste (0,5%).

Outros investimentos foram feitos na regiões caracterizadas como "nacional" (46,6%) e "exterior" (7,7%).

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