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Este ano será melhor para o Brasil que 2001, diz Malan

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, revelou hoje uma expectativa otimista para este ano. Palestrante de reunião-almoço na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), Malan disse que 2002 será melhor para o Brasil que o ano passado em termos de atividade econômica, investimento e conjuntura externa. O ministro destacou eventos que prejudicaram o País em 2001, marcado por "uma seqüência de choques" a partir do segundo trimestre, com sucessivas revisões para baixo do desempenho das economias norte-americana e da União Européia, além da crise de energia no âmbito interno. Malan explicou que sua análise favorável em relação a 2002 leva em conta que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) será maior em termos reais, a taxa de inflação será "claramente menor", há sinais evidentes de recuperação das economias norte-americana e européia e o racionamento de energia foi superado. Malan foi bastante elogiado pelo presidente da Fiergs, Renan Proença, que também aproveitou a presença do ministro para cobrar a implementação da reforma tributária. O dirigente disse ainda que há espaço para uma maior redução das taxas de juros por causa do descolamento do Brasil em relação à crise argentina, o que deve ser usado como argumento para convencer os investidores de que a taxa de risco atribuída ao País pode ser menor. Em seu discurso aos empresários, Malan ressaltou que não faria comentários sobre a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) que será realizada amanhã e quarta-feira, mas afirmou não ter dúvida de que a trajetória das taxas de juros será declinante ao longo dos próximos meses e anos. O ministro ponderou que este ritmo poderá ser mais intenso de acordo com a possibilidade apresentada pelos candidatos nas eleições de passar à opinião pública alguns compromissos. Nesse ponto, criticou o PT de forma indireta, sem citar a legenda, mencionando o envolvimento em "esdrúxulos" plebiscitos sobre a dívida externa. Além disso, sempre sem citar partidos, fez outro comentário em tom crítico endereçado à oposição, questionando posições de que é preciso mudar radicalmente a Lei de Responsabilidade Fiscal. Sobre o risco Brasil, Malan declarou que as perspectivas seriam enormemente reduzidas com a percepção de que o País "atingiu um nível de maturidade". O ministro também disse aos empresários que o governo trabalha pelo fim da cumulatividade do PIS e Confins. "Essas contribuições incidem sobre faturamento", descreveu. "Estamos conversando para fazer uma substituição gradual por uma base equivalente a valor agregado", explicou. Desta forma, elas deixariam de incidir sobre o faturamento e passariam a valer sobre o conceito de valor adicionado por cada empresa, mas com uma alíquota um pouco maior, já que a base seria menor, explicou Malan. O governo acredita ter encontrado uma formula de tramitação da mudança via lei infra-constitucional, o que dispensaria a aprovação de uma Proposta de Emenda Constitucional (PEC), permitindo sua entrada em vigor 90 dias depois de aprovada no Congresso. Isso poderia acontecer ainda no terceiro trimestre de 2002, estimou o ministro.

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