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Estoque de crédito deve crescer 2% em 2017, diz BC

Mercado de crédito apresentou expansão em novembro após seis meses de queda; retração no ano deve ser de 3%, segundo o Banco Central

Por Fabrício de Castro e Lu Aiko Otta
Atualização:

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel, divulgou nesta sexta-feira as primeiras projeções do BC para o crédito em 2017. Segundo ele, o estoque total de crédito deve crescer 2,0% no próximo ano. Essa perspectiva leva em conta, de acordo com Maciel, uma melhora do ambiente econômico no Brasil em 2017. Ontem, o BC atualizou sua projeção para o Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, de crescimento de 1,3% para avanço de 0,8%.

Queda do estoque de crédito em2016 deve ser de 3%, diz BC Foto:

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Maciel informou ainda que a projeção para o estoque de crédito livre em 2017 é de crescimento de 2,0%. O BC espera o mesmo avanço de 2,0% para o crédito com recursos direcionados no próximo ano. As projeções por instituições financeiras mostraram que as públicas devem registrar crescimento de 3,0% no crédito em 2017. A estimativa para as privadas é de crescimento de 1,0% no próximo ano e, para as estrangeiras, de avanço de 2%. Já a projeção para a relação crédito/PIB em 2017 é de 48,0%.

Balanço. Os dados sobre o mercado de crédito divulgados pelo Banco Central mostram que 2016 foi um ano adverso, mas já há sinais de reação na ponta. Maciel frisou que o mercado de crédito apresentou expansão em novembro, após seis meses de queda. A expansão, reconheceu ele, ainda é modesta e que os montantes mostram recuo em 12 meses.

"Mas há sinais de acomodação", disse. Não será, porém, algo suficiente para reverter o encolhimento ocorrido ao longo do ano. Pelo contrário, o Banco Central reviu sua projeção para o comportamento do saldo total, de uma queda de 2% para uma retração mais forte, de 3%. Esse resultado, apontou ele, decorre da retração econômica. Dentre a modalidades de crédito, o segmento mais impactado pela retração foi o das pessoas jurídicas. "O mercado recuou puxado pela dinâmica da economia", disse Maciel. Houve queda na demanda por empréstimos de capital de giro, principalmente por parte de micro e pequenas empresas. Também houve impacto da redução da concessão de crédito pelo BNDES. Para as famílias, houve uma ligeira expansão, bem menor do que aquelas registradas nos últimos anos. O crédito à pessoa física recuou sobretudo pela retração na compra de veículos. "As pessoas pensam duas vezes, no momento adverso, em comprometer a renda futura na aquisição de bem de maior valor", explicou. Em novembro, especificamente, o crédito à pessoa física aumentou em função das compras em cartão de crédito puxadas pelo Black Friday.

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