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Estoque total de crédito atinge R$ 3,047 trilhões em setembro ante agosto

Para chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, mercado manteve o comportamento com tendência de estabilização

Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Rodrigues e Fabrício de Castro
Atualização:

BRASÍLIA -  O estoque total de operações de crédito do sistema financeiro ficou estável em setembro ante agosto, em R$ 3,047 trilhões, informou nesta sexta-feira, 27, o Banco Central. Em 12 meses, houve baixa de 2,0% e, no acumulado deste ano, queda de 1,9%. No estoque para pessoas físicas, houve aumento de 0,2% na comparação mês a mês com agosto e queda de 0,4% para pessoas jurídicas.

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Para o chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini, o mercado de crédito no País manteve o comportamento observado nos últimos meses, com tendência de estabilização do saldo total, após um período de retração ininterrupta que veio desde o começo de 2016.

“Nos últimos três meses vemos uma tendência de estabilização do estoque em torno de R$ 3,050 trilhões”, afirmou. “Mas ainda não podemos falar em inflexão, porque os saldos ainda não começaram a subir. Há uma acomodação, pelo menos parando de se reduzir”, acrescentou.

Para as empresas, o estoque de crédito disponível no País subiu 0,5%. Foto: Rafael Neddermeyeri/Fotos públicas

De acordo com o BC, o estoque de crédito livre subiu 0,2% em setembro, caiu 1,7% no acumulado do ano e recuou 1,1% em 12 meses. No caso do direcionado, o estoque cedeu 0,3% em setembro, caiu 2,1% no ano e teve baixa de 2,9% em 12 meses. Para as empresas, o estoque subiu 0,5% no período.

Segundo Baldini, a expectativa do BC é que o estoque venha a crescer nos próximos meses com a recuperação da economia. “Já observamos sinais de retomada de alguns setores e o mercado de crédito reage a isso. Não se espera neste momento que o credito lidere a recuperação econômica, mas recuperação da atividade vai permitir que famílias e empresas retomem os financiamentos”, avaliou. “O crédito vai reagir à economia, e não impulsioná-la”, completou.

Ele destacou também a continuidade em setembro da redução nas taxas de juros, nos spreads e na inadimplência, e acrescentou que essas condições surgiram nos últimos meses. “Por isso também se espera que o crédito voltará a crescer. As condições estão dadas para que o crédito melhore. O equilíbrio maior da inadimplência vai favorecer o crédito, de maneira gradual”, afirmou.

Na avaliação de Baldini, a situação econômica dos últimos anos foi muito mais difícil do que na crise de 2009 e, por isso, teve mais impacto sobre o crédito. Ele ressaltou, ainda, que o mercado de crédito tem todas as condições para fornecer sustentação para a retomada econômica. “O sistema bancário brasileiro é bastante líquido e está bem capitalizado”, alegou.

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Ele lembrou que a situação fiscal do País hoje também é mais complicada do que era no fim da década passada e, neste sentido, os bancos públicos têm tido uma atuação mais contida neste momento. “A tendência é que isso se mantenha, e então os bancos privados terão que cumprir um papel mais relevante desta vez”, apontou.

Baldini ressaltou que o quadro econômico e político ainda não está totalmente resolvido e apontou que algumas incertezas ainda afetam o mercado de crédito. Por isso, ele disse ainda ser difícil avaliar se o problema do crédito hoje é mais a oferta ou a demanda. “Também houve queda na demanda por crédito nos anos recentes, com o aumento do desemprego e as dificuldades dos setores corporativos. E houve com certeza um aumento da aversão ao risco pelas instituições financeiras”, relatou.

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