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Estrangeiro prevê alta de 3,6% a 6% do PIB, diz Ipea

No caso da inflação, os estrangeiros têm uma postura neutra e esperam uma taxa próxima de 5,5% nos próximos 12 meses

Por Fabrício de Castro e da Agência Estado
Atualização:

Os estrangeiros estão otimistas com o desempenho da economia brasileira nos próximos 12 meses. Para 29% deles, o Produto Interno Bruto (PIB) do País crescerá mais de 6% no período, enquanto outros 59% apostam em uma alta entre 3,6% e 6%. Os dados fazem parte do Monitor da Percepção Internacional do Brasil, divulgado nesta quinta-feira, 19, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).A pesquisa, que está em sua primeira edição oficial, ouviu em julho agentes internacionais ligados a 170 entidades, como embaixadas e consulados, câmaras de comércio, organizações multilaterais e empresas de controle estrangeiro. O Ipea fez 15 perguntas aos entrevistados e utilizou as respostas para a formulação de três indicadores principais sobre o Brasil: economia; política, governo e instituições; e sociedade. Cada indicador varia de -100 (muito pessimista) a +100 (muito otimista).Na avaliação da economia como um todo, o indicador atingiu 24 pontos, o que revela que os estrangeiros estão moderadamente otimistas. A avaliação do PIB, que somou 59 pontos, também foi moderadamente otimista - apenas valores acima de 60 pontos poderiam indicar que os estrangeiros estão muito otimistas. Numa pesquisa-piloto realizada em janeiro pelo Ipea, a avaliação do PIB havia atingido um patamar menor, de 36 pontos.No caso da inflação, no entanto, os estrangeiros possuem uma percepção diferente. O indicador atingiu em julho os 21 pontos, o que revela uma postura neutra. De acordo com a pesquisa, os agentes internacionais esperam uma inflação próxima de 5,5% nos próximos 12 meses, acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,5% tanto em 2010 quanto em 2011. Em janeiro, na pesquisa-piloto, o indicador relativo à inflação estava em 71 pontos (muito otimista).Os estrangeiros esperam ainda que o crédito, nos próximos 12 meses, apresente condições semelhantes às atuais. Neste caso, o indicador atingiu os 3 pontos, o que revela uma posição de neutralidade. Em janeiro, foram 23 pontos (moderadamente otimista). Para os agentes internacionais, os níveis de acesso da população brasileira a bens de consumo também serão iguais aos atuais. O índice atingiu 18 pontos em julho (neutralidade) ante os 38 pontos de janeiro (moderadamente otimista).Para os próximos 12 meses, os entrevistados continuam moderadamente otimistas em relação ao Investimento Estrangeiro Direto (IED) a ser recebido pelo País. O indicador desse item atingiu 31 pontos em julho, ante os 46 pontos de janeiro.Em uma questão ligada aos últimos 12 meses, os agentes internacionais avaliaram a qualidade da infraestrutura de transportes no País, considerando rodovias, ferrovias, portos e aeroportos. Neste caso, a avaliação atingiu em julho 13 pontos (neutra). Em janeiro, o item não foi abordado.InstituiçõesOtimistas em relação à economia, os estrangeiros também apresentam uma perspectiva favorável para a política, o governo e as instituições. O indicador institucional atingiu 30 pontos em julho, o que revela uma postura moderadamente otimista. De acordo com o Ipea, a pesquisa captou uma percepção de aumento da influência do Brasil na América Latina e em instituições multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU) e o Fundo Monetário Internacional (FMI). O indicador ligado à influência do Brasil nessas organizações, nos últimos 12 meses, atingiu 31 pontos (moderadamente otimista), ante 59 pontos (também moderadamente otimista) de janeiro. No caso da influência sobre a América Latina, o índice foi de 35 pontos em julho e de 51 pontos em janeiro.SociedadeAo contrário do otimismo verificado nos campos econômico e institucional, o indicador de sociedade do Monitor da Percepção Internacional do Brasil atingiu 7 pontos, o que indica uma postura neutra dos estrangeiros. Para 41% deles, houve um incremento moderado da violência no País nos últimos 12 meses, enquanto 12% acreditam que a violência aumentou muito no período. Em 47% das respostas eles disseram que não houve aumento da violência.De acordo com o Ipea, os indicadores divulgados hoje serão calculados trimestralmente, tendo como base um questionário preenchido eletronicamente pelos pesquisados. O levantamento atual teve como base informações coletadas entre 1º e 26 de julho deste ano.

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