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Estrangeiros tiram R$ 1,3 bi da bolsa

Movimento provocou queda de 3,43% das ações

Por Renée Pereira
Atualização:

Depois de bater recorde de negociação em maio, os investidores estrangeiros decidiram desfazer algumas posições na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&F/Bovespa) e embolsar os lucros. Reflexo disso é o fluxo negativo das operações com recursos externos em junho. Até o dia 17, o saldo das operações com recursos externos estava negativo em R$ 1,3 bilhão, resultado de compras no valor de R$ 23,1 bilhões e vendas de R$ 24,4 bilhões. Como os investidores estrangeiros respondem por 31% do fluxo financeiro da bolsa paulista, o Índice da Bovespa (Ibovespa) está negativo em 3,43% no mês. No ano, no entanto, os números são extremamente positivos: valorização de 36,81%. Segundo a economista da Tendências Consultoria Integrada, Alessandra Ribeiro, por enquanto não há motivo de preocupação, afinal o saldo de investidores estrangeiros na bolsa está positivo em R$ 10 bilhões no ano. Na avaliação dela, o que houve nos últimos dias foi apenas um ajuste. "Em dólar, a valorização da BM&F/Bovespa estava em 70%. Chega um momento em que o investidor tem de colocar o dinheiro no bolso." Alessandra não acredita que o saldo negativo na primeira quinzena de junho seja uma sinalização de debandada geral dos estrangeiros. "Acreditamos que a recuperação da bolsa foi decorrente dos bons fundamentos da economia nacional mesmo diante da crise mundial." Ela reconhece, no entanto, que a velocidade de melhora da BM&F/Bovespa surpreendeu o mercado. "Estávamos esperando esse movimento apenas para o segundo semestre." Ao contrário de Alessandra, outros economistas temem que o ritmo acelerado de recuperação do mercado acionário represente uma nova bolha. Isso porque os dados reais da economia não têm avançado na mesma velocidade que o otimismo dos investidores. Além disso, os indicadores da economia mundial ainda são bastante ruins. Para esse grupo de economistas, não se pode esperar uma trajetória contínua de recuperação da bolsa. O mercado de ações, inclusive o brasileiro, ainda vai viver muitos momentos de altos e baixos nos próximos meses.

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